Filosofia, perguntado por eduardo1325, 1 ano atrás

Na tradição científica racionalista que é a nossa, consideramos que a razão nasceu na

Grécia há 2.500 anos. Alguns chegaram a pensar que o surgimento dessa razão marcou uma

ruptura em todos os planos, uma ruptura total com o que existia antes, ou seja, para eles o

irracional. Não importa como o batizamos: superstição, mito, falta de lógica. Mas, grosso modo,

este é o esquema. Essa interpretação implica o advento de uma atitude mental que teria, de

forma absolutamente decisiva, instaurado um caminho de pensamento totalmento novo. Um

caminho do Ocidente e ao qual a ciência e a filosofia estão ligadas.

Durante muito tempo, para muitos pensadores e historiadores, a volta aos gregos era

isso. Para eles, havia aqueles que estavam por fora, as civilizações do Oriente Próximo, por

exemplo, embora tivessem conhecido uma astronomia desenvolvida e as pessoas dessas

civilizações não tivessem vivido na confusão. Em todo caso, nessa perspectiva, não teriam

chegado a esse estágio que é inaugural para o destino do pensamento. Logo, antes dos gregos

do século VI a.C. era diferente e ao lado dos gregos era ainda mais diferente. É claro que

devemos examinar essa interpretação, pois ela cria dificuldades em todos os sentidos!

No século VI a.C., nas cidades jônias, essencialmente em Mileto, vemos surgir uma

linhagem de filósofos. São eles: Tales, Anaxímenes e Anaximandro, que os próprios gregos

consideraram como os primeiros filósofos. Teriam realmente inaugurado um novo modo de

reflexão? Uma forma de racionalidade totalmente inédita? E poderíamos dizer que antes deles

não existia racionalidade? Não creio. Sempre houve ao mesmo tempo racionalidade e

irracionalidade, e de forma absolutamente solidária. Os babilônios tiveram sua forma de

racionalidade e os chineses a sua. Por certo, a racionalidade grega, que os jônios iriam instituir,

vai permitir que se progrida em um plano determinado. Vai permitir, por exemplo, à ciência

ocidental avançar em vias por onde os outros não conseguiam passar. Em compensação, como

demonstrou Joseph Needham, certos campos de estudos permanecem fechados, certas

hipóteses proibidas. Assim, tudo o que não era consideração sobre a massa ou o estado

permanente das coisas, tudo o que, ao contrário, era da ordem do fluxo, do magnetismo, tudo

isso foi rejeitado pelos gregos como sendo irracional. Enquanto isso, os chineses foram capazes,

aos se interessarem por esses fenômenos, de ir muito além em diversos setores. Beneficiando-

se de outro tipo de racionalidade, puderam integrar esses fênomenos a um modo de

pensamento racional. Assim, a questão é muito mais complexa do que se pode crer.

Levando em conta estas primeiras nuanças, o que acontece nas cidades gregas no

Oriente por volta do século VI a.C.? E, em primeiro lugar, qual é o contexto da civilização de que

vai emergir um modo de pensamento novo? Trata-se de uma civilização oral, em que a poesia,

que é um canto dançado e ritmado, ocupa o primeiro plano da cena intelectual. Encontramos a

epopéia, a poesia lírica e uma poesia de forma ao mesmo tempo épica e sapiencial como em

Hesíodo. Naquele momento, os poetas eram cantores e tudo era transmitido oralmente.

Primeira mudança notável: o surgimento da prosa. Ou seja, de textos que estão em prosa. Não

podemos fazer a análise das mudanças nos modos de pensamentos e na instauração da

racionalidade se não levarmos em conta o fato de que a expressão poética é diferente da

expressão prosaica. Este é o primeiro ponto importante. O segundo ponto, igualmente

importante, está ligado a este aspecto prosaico: trata-se da passagem do canto oral aos textos.
Alguém me ajuda a fazer um fichamento desse texto ?

Soluções para a tarefa

Respondido por douglashenriqupdb9yl
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Para os filósofos gregos, a natureza é regida por leis e princípios que podem perfeitamente ser de domínio dos

homens, desde que se exercite o espírito críttico e a razão.

O pensamento mítico, por sua vez, têm por fundamento que a ordenação do mundo ou os fenômenos naturais

estão no campo do mistério e sobre o qual o homem não exerce qualquer ação, sendo este, portanto, domínio dos

deuses.


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