Pedagogia, perguntado por coutinho9516, 6 meses atrás

Na sua opinião qual a importância das aulas presenciais para alunos jovens e adultos, principalmente os analfabetos:​

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Respondido por kauany14552
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Resposta:A lógica dos que aceitaram como “normais” as medidas de retomadas econômicas atuais e flexibilizações no isolamento social transparecem nas argumentações perversas feitas em relação ao agravamento da desigualdade racial e de gênero em nosso país. Em sua lógica, a causa estaria da intensificação da desigualdade estaria relacionada diretamente com o fato das escolas não retornarem presencialmente para que os pais dos alunos – que em sua maioria são as mães negras sozinhas que precisam sair para trabalhar – não podem pois precisam cuidar de suas casas e filhos.

A desigualdade não tem relação com garantir a proteção e auxílios para que estas mães estejam amparadas e não precisem se expor aos riscos, mas a maneira de equiparar a desigualdade mencionada tem a ver com garantir que estas mães possam sair para trabalhar e que seus filhos também corram os riscos da exposição. O que não está apresentado neste discurso é o fato das desigualdades serem um processo que é engendrado por exclusão/inclusão elaborados sistematicamente por uma sociedade definida pelo do capitalismo produtivo em conjunto com uma necropolítica, que atualmente operam com uma violência ainda maior neste momento de crises, com suas indiferenças e aumento da violência policial em favelas e periferias.

Para pensar sobre como estão expressas as desigualdades raciais, são considerados fatores como os socioespaciais, resultado da tríplice segregação socioespacial, étnico-racial e urbana que produziram espaços segregados por classe, raça e território na cidade, por exemplo.

As condições de trabalho, moradia e deslocamento articulam-se como um enlace contraditório das diferentes condições entre classes sociais desigualmente percebidas na cidade por meio da segregação socioespacial, étnico-racial e urbana que implicam na definição do tempo de deslocamento socialmente determinado entre a residência e o trabalho, resultado das barreiras espaciais para a vida social de trabalhadores.

Reduzir o agravamento de problemas estruturais que exigem soluções amplas que façam diferença estruturalmente, para apenas uma expressão da falta de escolas presenciais é no mínimo um grande descaso e crença de que o principal papel que as escolas podem cumprir neste momento é de depósitos de seus alunos, uma vez que qualquer retomada comprometida exigiria primeiramente a garantia da saúde para voltar de sua população, e investimentos expressivos, esforços de planos e estratégias educativas que não são construídos do dia para a noite.

Em tempos de pandemia, além da flexibilização do distanciamento com abertura do comércio e outras atividades, está claro no discurso que a prioridade com a vida dos trabalhadores é mínima.

Se para retomar as atividades comerciais e garantir que uma grande quantidade de pessoas sigam em seus trabalhos, em maioria informais e precários, e consequentemente seus filhos precisarem ir para a escola se expor ainda mais ao contágio para garantir isso – as pressões dos setores empresariais o farão sem diminuir suas forças para barganhar a vida dos trabalhadores.

*As opiniões aqui expressas são de responsabilidade dos autores e podem não representar a opinião do jornal.

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