Na politica republicana quem eram os "coronéis"? Porque eles tinham poder político?
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Resposta:
O cargo era utilizado para denominar os cargos aos quais as elites locais poderiam ocupar dentro do escalão militar e social brasileiro.
O Coronelismo é um fenômeno da política brasileira ocorrido durante a Primeira República.
Caracteriza-se por uma pessoa, o coronel, que detinha o poder econômico e exercia o poder local por meio da violência e trocas de favores.
Explicação:
O cargo era utilizado para denominar os cargos aos quais as elites locais poderiam ocupar dentro do escalão militar e social brasileiro.
Esse fenômeno teve início durante o Período Regencial (1831-1842).
Como o Império do Brasil encontrava sem um Exército forte e centralizado, o governo apela para os dirigentes locais a fim de constituir milícias regionais e assim, combater as rebeliões que aconteciam no país.
Nesse momento, foram colocados à venda postos militares como o de tenente, capitão, major, tenente-coronel e coronel da Guarda Nacional.
Assim, para ingressar nesta elite, era preciso deter amplos recursos. O coronel deveria assumir os custos de uniformes e das armas no valor de 200 mil réis de renda anual nas cidades e 100 mil réis no campo.
Aos olhos da população local, ser coronel era equivalente a ter um título nobiliárquico e passou a legitimar muitas das ações dos chefes locais.
Esta elite política foi composta por comerciantes, grandes proprietários rurais e chefes políticos locais. Eles eram capazes de exercer influência sobre a população local enquanto autoridades incontestáveis.
Os coronéis podiam recrutar pessoas para compor a força militar do governo. Desta forma podiam manter os pilares da exclusão política e do controle sobre os espaços de representação política.
Em nível local, os coronéis empregavam as milícias para reprimir e assim, manter a ordem social, ao mesmo tempo em que preservavam seus próprios interesses.
Por sua parte, esses homens distribuíam benefícios, patrocinavam a festa do santo local, eram padrinhos de inúmeras crianças que nascessem em suas terras e dava reses aos vaqueiros mais destacados. Assim, estabeleciam uma relação de dependência e temor com os empregados, chamada clientelismo.
Os territórios controlados politicamente pelos coronéis eram denominados “currais eleitorais”. Neles, qualquer um que se negasse a votar no candidato apadrinhado pelo coronel poderia sofrer violência física e até morrer. Esse método ficou conhecido como o Voto de Cabresto.
Política dos Governadores e Coronelismo
A Primeira República foi caracterizada pela Política dos Governadores.
Na época, não havia partidos nacionais, apenas regionais. Assim, os governadores de cada província deveriam fazer alianças com seus aliados locais para garantirem um bom desempenho nas urnas.
Por isso, era tão importante agradar aos coronéis que possuíam o controle das cidades e não deixavam que a oposição ganhasse.
Essas alianças se refletiam também em nível nacional quando os governadores se uniam para eleger determinado candidato.