Na peça O dragão verde, o reino de Verdes Campos é ameaçado por um monstro – o terrível Dragão Verde. As autoridades decidem que precisam conseguir um herói para lutar contra o inimigo, mas... não existem mais heróis. Como incentivo, o rei promete a mão de sua filha Filosel a quem conseguir matar o dragão. Leia o seguinte trecho da peça:
O Dragão Verde
Quarta cena
No palácio, Pedro cuida do jardim, quando ouve a voz de Filosel; corre e se esconde atrás da roseira. Chegam ao jardim Filosel e a Ama. Música de fundo.
Ama – Coragem, Princesa. Pensando bem, aquele que vencer o Dragão não pode ser qualquer um. Tem que ser um homem corajoso.
Filosel – Como é que eu vou me casar com um homem que eu nem conheço? Isso é demais para mim.
Ama – Lembre-se que isso é para o bem de nossa cidade. Você gostaria de ver Verdes Campos arrasada pelo Dragão?
Filosel – Meu coração treme só em pensar que eu tenho que me casar com um brutamontes, um matador de dragões...
Ama – Mas Filosel, talvez o herói não seja um brutamontes, um malcriado, sem educação...
Filosel – Todos os meus pretendentes são assim, Ama.
Pedro – (baixinho) Eu não sou.
Filosel – São covardes...
Pedro – Eu não sou.
Filosel – São ambiciosos. Só pensam na fortuna do papai.
Pedro – Eu não sou.
Filosel – Só querem casar comigo para serem rei mais tarde.
Pedro – Eu não quero ser rei.
Ama – Acho que está exagerando, Princesa.
Pedro – Não está não.
Ama – Deve haver muitos que são corajosos e que te amam de verdade. Estão todos frequentando a escola de heróis de Mestre Golias para se tomarem heróis de verdade, e quem sabe você poderá vir a amar o vencedor?
Filosel – Duvido. Você acha que um herói de verdade se forma no vestibular do Professor Golias?
Ama – Não. Isso é mesmo. Um herói já nasce feito. Sente medo, mas sabe enfrentar o dragão porque ama de verdade a sua princesa. E vence porque tem fé e coragem.
Filosel – E existe esse herói?
Ama – Tem que existir.
Pedro – Eu!
MACHADO, Maria Clara. O Dragão Verde. In: Maria Clara Machado: teatro infantil brasileiro. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, p. 923.
Em princípio, as representações teatrais são muito realistas, ou seja, muito verossímeis, pois os espectadores presenciam os acontecimentos, que ocorrem diante de seus olhos. No entanto, há convenções que tornam aceitáveis acontecimentos e ações que seriam tomados como inverossímeis. Explique por que os comentários que Pedro faz enquanto está escondido, mas próximo de Filosel e da ama, podem ser considerados exemplos desse tipo de convenção.
Convenção: acordo; técnica ou recurso estabelecido e adotado em determinada atividade artística, que deve ser aceita pelo receptor (no caso do teatro, pela plateia).
Soluções para a tarefa
Resposta:
Embora Pedro faça esses comentários em voz tão alta que podem ser ouvidos por toda a plateia, as outras personagens – Filosel e a ama – não os escutam. Isso seria impossível na realidade, mas, no teatro, por convenção, é como se cada pessoa da plateia estivesse muito perto de Pedro, podendo ouvir seus sussurros, ou como se a plateia ouvisse os pensamentos da personagem.
Explicação:
Resposta:
Embora Pedro faça esses comentários em voz tão alta que podem ser ouvidos por toda a plateia, as outras personagens – Filosel e a ama – não os escutam. Isso seria impossível na realidade, mas, no teatro, por convenção, é como se cada pessoa da plateia estivesse muito perto de Pedro, podendo ouvir seus sussurros, ou como se a plateia ouvisse os pensamentos da personagem.
Está certa, pode confiar!!!
Explicação: