Na língua portuguesa falada no Brasil, desde a chegada dos portugueses até hoje, as mudanças foram muitas. Uma grande quantidade de term os que usamos foi importada de outras línguas e gradualmente se aportuguesou.
C o n trib u içõ e s de o u tra s lín gu a s
Para refletir sobre a língua que se fala atualm ente no Brasil, leia o a rtig o de Leandro Narloch.
Somos todos poliglotas Árabe, ioruba, tupi, cantonês, catalão, provençal. A cada vez que você abre a boca para falar o bom e velho português brasileiro, acaba soltando palavras dessas línguas e de outras 30. Isso por baixo, já que ninguém sabe ao certo quantas línguas tiveram termos aportuguesados desde o ano 218 a.C., quando os romanos apareceram na Península Ibérica e começaram a formar o que seria a língua portuguesa. “Todas as línguas e culturas do mundo vivem do contato e do diálogo", diz Caetano Galindo, professor de Filologia da Universidade Federal do Paraná. As palavras estrangeiras aportuguesadas são como fósseis: contam a história dos povos que conviveram com quem falava a “língua de Camões”. Povos em florescimento artístico deixaram termos sobre espetáculos e cultura. É o caso do italiano. Povos guerreiros enriqueceram o nosso vocabulário sobre a guerra. "Canivete”, "bando”, “trégua” e a própria “guerra" vieram dos bárbaros germânicos (suevos e visigodos), que dominaram a Península Ibérica entre os séculos V e VII. Os árabes, que expulsaram os germânicos em 711 e permaneceram na península por 300 anos, também entendiam de guerra e nos deram mais termos bélicos. Mas sua maior contribuição ao português foi de termos relacionados à tecnologia — na época, sua civilização era tecnicamente muito superior à europeia. As novidades que eles levaram para a Europa ficaram registradas na língua: alicate, alicerce, azeite (quase todas as palavras começam com a, pois eram faladas depois do artigo árabe al). Até a preposição “até" veio do árabe, um caso raro de empréstimo linguístico. As línguas indígenas e africanas também deixaram sua marca no Brasil — as indígenas descrevem a natureza exuberante, para a qual os europeus literalmente não tinham palavras, e as africanas impregnaram nossa cultura, especialmente a religião e a culinária. Hoje, muita gente acha ruim a influência inglesa na língua. Nacionalismos à parte, esse pessoal vai ter que suar muito se quiser mesmo livrar o português do Brasil de todos os estrangeirismos.
1. Que relação tem o ano 218 a.C. com a língua portuguesa falada no Brasil?
2. Por que as palavras estrangeiras aportuguesadas podem ser consideradas “fósseis”?
3. Por que as palavras de origem africana predominam em nossa cultura no que se refere à religião e à culinária?
4. De acordo com o artigo, explique a que se referem as palavras de origem italiana e indígena presentes no português do Brasil.
5. Por que há mais palavras de origem árabe do que de origem germânica no vocabulário referente à tecnologia?
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1. A partir desse ano, os romanos que chegaram à Península Ibérica iniciaram a formação do que seria a língua portuguesa.
2. Porque trazem informações do povo que falava a língua de Luís de Camões, cuja interferência na formação da língua portuguesa é inegável.
3. Provavelmente, porque a presença africana, herança da escravidão, relegou a atuação desse influência aos campos da culinária, onde se usava muitas escravas na Casa Grande e aos cultos religiosos, que os negros da Senzala prezavam e praticavam, como resistência ao sofrimento que os portugueses infligiam.
Algumas dessas palavras seriam: candomblé, orixá (culto religioso); acarajé, bobó, fubá, moqueca, quitute, vatapá (culinária); caçula, cafuné, samba, senzala (contextuais).
4. As de origem italiana referem-se a termos de espetáculos e culturais. As indígenas, às maravilhas da natureza.
5. Já as palavras de origem árabe influenciaram o nosso vocabulário tecnológico, porque estão ligadas a um período em que esse povo estava mais avançado do que o europeu, no tocante às tecnologias e equipamentos, como em alicate e alicerce.
2. Porque trazem informações do povo que falava a língua de Luís de Camões, cuja interferência na formação da língua portuguesa é inegável.
3. Provavelmente, porque a presença africana, herança da escravidão, relegou a atuação desse influência aos campos da culinária, onde se usava muitas escravas na Casa Grande e aos cultos religiosos, que os negros da Senzala prezavam e praticavam, como resistência ao sofrimento que os portugueses infligiam.
Algumas dessas palavras seriam: candomblé, orixá (culto religioso); acarajé, bobó, fubá, moqueca, quitute, vatapá (culinária); caçula, cafuné, samba, senzala (contextuais).
4. As de origem italiana referem-se a termos de espetáculos e culturais. As indígenas, às maravilhas da natureza.
5. Já as palavras de origem árabe influenciaram o nosso vocabulário tecnológico, porque estão ligadas a um período em que esse povo estava mais avançado do que o europeu, no tocante às tecnologias e equipamentos, como em alicate e alicerce.
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