Na concepção dialógica de língua, o texto tem autonomia e pode ser lido ou escrito independentemente do contexto?
Soluções para a tarefa
Atuam no cenário nacional fatores internos e externos (SOARES, 2002) que contribuem para mudanças nas práticas de ensino de língua. Nesse contexto, destaca-se na Linguística Aplicada a concepção dialógica de linguagem de Bakhtin, que tem propiciado novas perspectivas para o ensino de língua, e cuja presença é visível em documentos oficiais como os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998). Assim, o presente artigo busca entender como têm se dado tais mudanças no contexto da sala de aula. Para tanto, faz-se uma análise qualitativa de relatos de professores de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental II, participantes do curso de formação continuada “Gestão da Aprendizagem Escolar” (GESTAR). A partir do arcabouço teórico bakhtiniano (2006[1929]; 2003[1952/53]), a análise focaliza a) como esses profissionais têm entendido gêneros discursivos; b) como esses têm sido trabalhados nas aulas de Língua Portuguesa; e c) quais as implicações dessas práticas para o processo educacional. Busca-se contribuir para a reflexão do estado atual da cultura escolar (JULIA, 2001). O estudo permite perceber que convivem práticas próximas de um arcabouço bakhtiniano e práticas convergentes ainda com uma concepção de língua-sistema (RODRIGUES, 2005), tendo aquelas apresentado implicações mais significativas ao processo educacional, como desenvolvimento da autoria, por exemplo.
Palavras-chave
: Ensino de Língua Portuguesa. Gêneros Discursivos. Bakhtin. GESTAR