Na Antropologia, os estudos acerca do humano relacionado à sua formação e à constituição das sociedades são fundamentais. Desde o seu surgimento, tal como as ciências humanas, de modo geral, foram influenciadas pela teria evolucionista darwinista, a Antropologia se dedicou a pensar a sociedade e a história como um processo evolutivo.
Contudo, não demorou a surgirem paradoxos sobre essa forma de pensar. Afinal, o que é a evolução? É o acúmulo de conhecimento e de saberes? Então se trata da produção cultural de uma sociedade? Essas questões nortearam o desenvolvimento da antropologia e também iniciaram um embate: o humano é determinado naturalmente ou culturalmente? É possível que exista uma determinação cultural, padronizadora e universal? Se não, o que a impede, a psiquê? Trata-se, portanto, do anormal, do desrazoado, aquele que foge ao padrão. Segundo Descola (2011), Lévi-Strauss foi quem conseguiu resolver essa oposição binária.
Imagine que você seja um pesquisador. Sua tarefa é resolver esse impasse de acordo com a teoria straussiana, escrevendo sobre o argumento do antropólogo, a fim de explicar essa solução.
Soluções para a tarefa
Padrão de resposta esperado
A oposição entre o determinismo biológico/natural/mental e o determinismo cultural/do meio social fez parte do contexto antropológico, principalmente em seus primórdios. Nesse sentido, diversos pensadores que se colocavam de forma favorável ao evolucionismo buscavam compreender apenas uma história e as sociedades evoluídas como aquelas diferenciadas das selvagens. Por sua vez, havia as correntes que defendiam um pluralismo culturalista, segundo o qual cada cultura se desenvolve de modo singular.
Após a recepção da antropologia straussiana, os determinismos passam a ser entendidos como complementares. Ou seja, ainda que haja um determinismo biológico, ele é inferior ao determinismo cultural. Assim, Lévi-Strauss consegue unir as duas noções que até aquele momento eram antagônicas.