Na América Latina pós década de 50, vigorava-se o surgimento de governos extremamente populares, com participação ativa de classes trabalhadoras, atraindo cada vez mais uma juventude militante socialista, que não hesitava pegar em armas para combater as injustiças sociais impostas pelo sistema capitalista vigente. Temendo perder seu predomínio político-ideológico sobre os países latinos para a influência soviética, o EUA passou a interferir diretamente na política interna destes países, financiando alas conservadoras de direita, fornecendo apoio logístico e armamento a grupos militares e milícias revolucionárias. Esta interferência desencadeou uma série de governos ditatoriais na América Latina, financiadas pelos interesses norte-americanos, incluindo o Brasil.
No Paraguai, em meados de 1950, o General Augusto Stroessner subiu ao poder de forma ditatorial contando com o auxílio logístico do EUA. Seu governo era pautado pela forte repressão à grupos de esquerda oposicionistas, com várias prisões arbitrárias, torturas e assassinatos. O apoio norte-americano alavancou a indústria de base paraguaia, promovendo um significativo crescimento econômico, o que não representou justiça social à população, uma vez que a concentração de renda no país era extremamente alta, cerca de 1% desta população concentrava 80% da renda do Paraguai, mergulhando o país num abismo social desolador. Stroessner governou o Paraguai de 1950 a 1989, sendo reeleito diversas vezes em pleitos fraudulentos e corruptos.
Outro vizinho do Brasil que sofreu interferência americana foi o Uruguai. Neste país as disputas políticas concentravam-se nos grupos militares conservadores de direita, apoiados pela elite dominante e pelos EUA, opondo-se a ao grupo guerrilheiro de esquerda Tupamaros. Em 1973, os militares impõe uma ditadura no país e passam a perseguir os grupos de oposição, promovendo torturas e assassinatos. Assim como no Paraguai houve crescimento industrial e econômicos, mas a riqueza ficou concentrada nas mãos da elite dominante, deixando grande parte da população na miséria. A ditadura terminou somente em 1985.
O Chile de 1970 era governado pelo popular Salvador Allende, que pretendia implantar um governo anti-imperialista no país, opondo-se ao domínio do EUA. Em 1973, militares liderados pelo General Augusto Pinochet bombardeiam a sede do governo, matando o presidente Allende e instalando uma ditadura no país que durou 15 anos. Cerca de 3 mil opositores foram assassinados e 30 mil torturados pelas tropas do governo durante o período.
Na Argentina, o regime extremamente violento iniciou-se em 1976 e terminou em 1983. Militares tomam o poder, alinham-se ao EUA e iniciam um período em que grande parte dos opositores foram assassinados, torturados, jogados vivos de aviões e tiveram seus filhos sequestrados. A reação mais simbólica ao governo ficou conhecida como Mães da Praça de Maio, onde mulheres reuniam-se em frente da Sede do Governo exigindo saber notícias de seus filhos desaparecidos. Até hoje este movimento resiste.
01. De acordo com o texto, qual a participação do EUA na formação de governos ditatoriais na América Latina?
02. Nos governos ditatoriais, ocorreram crescimentos significativos no setor industrial e na economia. Por que não representou justiça social à sociedade como um todo?
03. De que forma a Guerra Fria se encaixa no contexto político desses governos ditatoriais?
04. Qual era o objetivo de luta das Mães da Praça de Maio?
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1 – A participação dos EUA correspondeu à colaboração com a logística e também com o armamento dos militares.
2 – Não foi uma representação da justiça social à sociedade como um todo, pois tais crescimentos no setor industrial e na economia não foram suficientes para a equidade da concentração de renda do país.
3 – A guerra fria se encaixa nesse contexto político, pois os EUA e a URSS devido aos seus conflitos de ideologia, tiveram grande influência na sociedade mundial.
4 – O objetivo da luta consistiu na exigência da Sede do Governo por notícias dos filhos desaparecidos.
Bons estudos!
dfabsdbgsf:
Meu deussss, muito obrigada
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