Na Amazônia abitava quias tipos de animais na pré história?
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Nas barrancas do vale do Rio Juruá, existem tesouros que só agora começam a ser descobertos. São fósseis de animais pré-históricos e animais gigantes que viveram na Amazônia. E quem conta essa história é o professor e paleontólogo Nei Ahrens Haag, da Universidade Federal do Acre (UFAC). "Pesquisas levam a crer que tínhamos aqui uma vegetação parecida com a vegetação de cerrado com algumas ilhas de floresta", aponta.
Mas que animais são esses descobertos na região do Vale do Rio Juruá desse período pré-histórico? "Nós tínhamos uma megafauna. Eram animais muito grandes. Hoje, nós temos uma preguiça que chega aproximadamente a 60, 70 centímetros. As preguiças chegaram até seis metros de altura", detalha o professor.
E a preguiça gigante não estava sozinha. O que hoje é a grande Floresta Amazônica era uma região de vegetação rasteira como o cerrado do Brasil central ou a savana africana, um espaço livre para animais gigantes. Nossos monstros do Acre eram maiores até do que os dinossauros do filme Jurassic Park.
"Nós tínhamos os toxodontes, um parente distante do que são hoje os hipopótamos, mais ou menos do tamanho do hipopótamo africano", diz o paleontólogo. "Andava nessa região, porque nós tínhamos um ambiente altamente alagado. Os rios estavam em formação. Onde hoje nós temos florestas, nós tínhamos muita água por rios em formação e lagos interconectados".
A Amazônia nessa região era o paraíso dos gigantes: além do hipopótamo pré-histórico chamado toxodonte, viviam na região os seguintes animais.
Purussaurus brasiliensis é o nome científico do jacaré gigante, considerado um dos maiores predadores carnívoros que já existiram na Terra. Ele chegava a 18 metros de comprimento, do tamanho de um vagão de trem. E até espécies de elefantes já andaram pelo Acre. Eram os mastodontes, que sobreviveram até dez mil anos atrás.
Os mais complexos e importantes fósseis de animais pré-históricos já descobertos da região do Acre amazônico do Vale do Rio Juruá, infelizmente, não estão mais no Brasil. Eles agora só podem ser vistos em coleções e museus dos Estados Unidos, da Europa e até da Ásia. Por isso, que esse trabalho dos pesquisadores acreanos é tão importante para estancar essa pirataria cientifica.
Fomos ao lugar onde estão fósseis dos últimos gigantes. "O que a gente está tentando é resgatar esse patrimônio procurando novos fósseis. Com isso, nós estamos descobrindo novos sítios ao longo do Rio Juruá. Existe muito a ser descoberto", afirma o paleontólogo.