Question

Muitos textos possibilitam reflexões ao historiadores. O poema abaixo, intitulado "Perguntas De Um Trabalhador Que Lê" (1935), é um exemplo disso. Leia-o atentamente:

"Quem construiu Tebas, a das sete portas?
Nos livros vem o nome dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?
Babilónia, tantas vezes destruída,
Quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas
Da Lima Dourada moravam seus obreiros?
No dia em que ficou pronta a Muralha da China para onde
Foram os seus pedreiros? A grande Roma
Está cheia de arcos de triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem
Triunfaram os Césares? A tão cantada Bizâncio
Só tinha palácios
Para os seus habitantes? Até a legendária Atlântida
Na noite em que o mar a engoliu
Viu afogados gritar por seus escravos.

O jovem Alexandre conquistou as Índias
Sozinho?
César venceu os gauleses.
Nem sequer tinha um cozinheiro ao seu serviço?
Quando a sua armada se afundou Filipe de Espanha
Chorou. E ninguém mais?
Frederico II ganhou a guerra dos sete anos
Quem mais a ganhou?

Em cada página uma vitória.
Quem cozinhava os festins?
Em cada década um grande homem.
Quem pagava as despesas?

Tantas histórias
Quantas perguntas".

Esse texto é de autoria de Eugen Berthold Friedrich Brecht (1898-1956). Brecht foi um notável dramaturgo, poeta e encenador alemão. De uma forma geral, podemos dizer que o poema é bastante relacionável com os campos de estudo da História. Assinale a alternativa correta, que indica uma dessas possíveis relações.
Alternativas

Alternativa 1:
É possível relacionar o poema com a História do Tempo Presente.


Alternativa 2:
É possível relacionar o poema com o conceito de sujeito histórico.


Alternativa 3:
É possível relacionar o poema com o anacronismo e com o maniqueísmo historiográfico.


Alternativa 4:
É possível relacionar o poema com a militância político-partidária em sala de aula.


Alternativa 5:
É possível relacionar o poema com a ideia positivista de cronologia documental.

Answer 1

É correta a alternativa 1.

Sujeito histórico é todo aquele que participa de um processo histórico, sendo agente das mudanças estruturais de uma sociedade e "testemunha" da passagem do tempo.

O poema é uma crítica à concepção tradicional de sujeito histórico, que só colocava nesta posição os reis, generais e os líderes da igreja, ignorando que as guerras são lutadas pelos soldados, os reinos são mantidos pelos camponeses e a fé é transmitida pelos fiéis, de modo que é o conjunto de todas as pessoas, as "massas", que realizam as mudanças históricas, e não apenas os grandes nomes