Muitas plantas que cultivamos hoje foram domesticadas exclusivamente em regiões geográficas bem definidas e distantes umas das outras. Algumas espécies começaram a ser cultivadas, independentemente, em mais de um local, por um processo de domesticação paralelo. Os principais centros de domesticação de plantas se localizaram na faixa tropical e subtropical dos dois lados do Equador. Quais foram as plantas e animais domesticados de maneira independente, em dois locais distintos?
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A domesticação é um processo evolucionário conduzido
pelo homem visando adaptar plantas e animais às necessidades
humanas. Plantas domesticadas são geneticamente distintas de seus
progenitores selvagens. Uma espécie totalmente domesticada é
completamente dependente do homem para sua sobrevivência, não
conseguindo se reproduzir na natureza sem a intervenção humana.
Neste capítulo vamos estudar a domesticação das plantas,
dando ênfase aos fatores genéticos mais importantes envolvidos
nesse processo.
Características das plantas domesticadas
As espécies domesticadas apresentam uma série de
modificações morfológicas quando comparadas com seus
ancestrais selvagens. Harlan (1992) chamou estas mudanças de
“Síndrome da Domesticação”. Entre estas modificações podemos
citar: perda de dormência de sementes; aumento do tamanho de
Domesticação das plantas cultivadas 12
Bespalhok, Guerra e Oliveira
frutos e sementes; mecanismos de dispersão ineficientes (vagens
indeiscentes, por exemplo); hábito de crescimento mais compacto;
maior uniformidade; redução de substâncias tóxicas; aumento do
número de sementes por inflorescência; etc.
O milho (Zea mays) é um bom exemplo das modificações
ocorridas durante a domesticação. Quando comparado com o
teosinto, uma espécie ancestral, o milho apresenta crescimento
mais compacto e maior dificuldade na dispersão natural, pois os
grãos estão aderidas ao sabugo e são envolvidos por palha (Figura
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