muitas mulheres medievais são tratadas em livros e filmes como substância obtida a partir do texto qual a importância de estudar o plano da sociedade medieval
Soluções para a tarefa
Resposta:
Quando se fala e se pensa na mulher medieval é preciso levar em consideração a pluralidade de sujeitos contidas nesta categoria analítica. A heterogeneidade do mundo feminino medieval ainda precisa ser explorada, a fim de que se mergulhe
cada vez mais em análises mais próximas do que se imagina que fosse a realidade enfrentada por estas mulheres no seu cotidiano e se rompa com análises generalizantes que tendem a entender as mulheres como uma categoria única e universal.1
Os medievalistas afirmam que
As vozes femininas não eram facilmente ouvidas na sociedade medieval e seu silêncio era garantido pelo discurso clerical, construtor de símbolos que buscam restringir as mulheres à submissão, expressa na necessidade da tutela constante de um elemento masculino a fim de auxiliá-la no controle da sua instabilidade e inconstâncias naturais. 2
O papel social desempenhado pelas mulheres no medievo era de ser uma boa filha, respeitando seus pais e respeitando o seu “destino” de ser uma boa esposa e boa mãe, pois na mentalidade da época toda mulher tinha que gerar filhos. Os discursos eclesiásticos foram fortemente construídos a partir do século XII, como forma de modelo ideológico. É importante esclarecer que o discurso era hierárquico, diferenciando-se de acordo com a posição da mulher na sociedade. O discurso para a mulher da elite era diferente do discurso para as mulheres camponesas, por exemplo. Essa hierarquização estava presente até mesmo entre as mulheres poderosas e suas servas, ou seja, o discurso predominantemente masculino era perpetuado pelas mulheres da elite no seu privado.
É fundamental dizer que as mulheres estavam presentes em todas as esferas da sociedade medieval, contudo, o objetivo do artigo é analisar como o discurso clerical impactava na visão de que a sociedade, muitas vezes, tinha das mulheres, mas isso não quer dizer que todas as mulheres eram submissas e não estavam presentes na história do medievo no século XII e XIII. Os tais discursos, pelas palavras do historiador José Rivair Macedo, “deve ser lido como expressão do pensamento masculino”3
3. O IDEÁRIO DA MULHER MEDIEVAL PELOS DISCURSOS ECLESIÁSTICOS
Esse gênero literário religioso, como por exemplo os manuais de confissões foram fortemente difundidos na Idade Média, pois o poder da Igreja Católica era extremamente forte nesse período e ele se repercute dentro da sociedade de todos os tempos, principalmente nos tempos medievais.
3.1. O CLERO
É sabido que a grande maioria das fontes encontradas relacionadas as mulheres medievais foram escritas por homens, principalmente monges e padres e havia inúmeras expressões para denominar a figura feminina, sejam elas boas ou não, contribuindo para a construção de estereótipos.
O discurso religioso é, por si só, um discurso autoritário: comenta e/ou desenvolve verdades inquestionáveis cujo locutor único é Deus, logo, de acordo com a crença, imortal, eterno, infalível, infinito e Todo-Poderoso. Os homens, pregadores, são os seus locutores interpelados, os seus espelhos, os seus reflexos. Desse modo a voz do padre, do pregador ou qualquer representante seu é a voz de Deus.4
O clero possuía imensos privilégios na sociedade medieval quando o cristianismo finalmente se consolidou, pois são os clérigos que tinham a ligação com o divino e inicialmente eram eles que detinham o saber da escrita, o que, a partir do século XI foi modificado.
O clero tem por função principal orar pelos fiéis e realizar a evangelização da população, seja de forma direta, no trabalho paroquial, ou através das orientações constituídas a partir do pensamento reflexivo, as quais deveriam guiar os leigos para o reto caminho da salvação. A população, por sua vez, além de dever respeito às palavras dos clérigos, porta-vozes do próprio Deus, também possui a incumbência de sustentá-los através de seu trabalho. 5