Português, perguntado por GustavoGavlik, 7 meses atrás

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança:
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança:
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem (se algum houve) as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto,
Que não se muda já como soía.

Soía: Costumava

1) Releia a terceira estrofe. É possível compreender que nessa estrofe o autor utiliza-se de figuras de linguagens para indicar duas estações do ano. Quais são elas? E por meio de quais palavras dessa estrofe você chegou a essa conclusão, escreva-as.

Soluções para a tarefa

Respondido por fnx3ya
1

Resposta:

Leia o soneto “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades” do poeta português Luís Vaz de Camões (1525?- 1580) para responder a questão.

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,

muda-se o ser, muda-se a confiança;

todo o mundo é composto de mudança,

tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,

diferentes em tudo da esperança1;

do mal ficam as mágoas na lembrança,

e do bem – se algum houve –, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,

que já coberto foi de neve fria,

e enfim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,

outra mudança faz de mor2 espanto:

que não se muda já como soía3.

(Sonetos, 2001.)

1 esperança: esperado.

2 mor: maior.

3 soer: costumar (soía: costumava).

Em um determinado trecho do soneto, o eu lírico assinala a passagem de uma estação do ano para outra. Transcreva os versos em que isso ocorre e identifique as estações a que eles fazem referência. Para o eu lírico, tal passagem constitui um evento aprazível? Justifique sua resposta.

Resolução

Os versos são: “O tempo cobre o chão de verde manto, / que já coberto foi de neve fria”. Neles, sugere-se a passagem do inverno (“neve fria”) para a primavera (“verde manto”).

Com base no verso seguinte (“e enfim converte em choro o doce canto”), pode-se concluir que o evento não é considerado aprazível pelo eu lírico. Embora, culturalmente, a primavera seja vista de maneira mais positiva do que o inverno, essa transformação, no poema, provoca o “choro”, o que, aliás, é coerente com outras imagens do poema (como a das “mágoas” e das “saudades”), que também apontam para traços negativos.

Obs.: Em algumas edições da obra camoniana, em lugar de “enfim” aparece “em mim”, o que confirmaria a visão negativa que o eu lírico tem dessa transformação

Respondido por bryanm9
0

Resposta:

abcdefghijklmnopqsrtuvwxyz


gustavomarques80: ‍♂️
Perguntas interessantes