Mostre que o quadrado de um número primo p, maior que 3, deixa resto 1 na divisão por 24.
__________________________
Por favor responder de forma detalhada. Respostas com brincadeiras serão eliminadas.
Soluções para a tarefa
Respondido por
4
Provar que
24 | p² − 1
qualquer que seja p primo, p > 3.
=====
Teorema 1: Se p é primo, p > 3, então existe algum n natural, tal que
p = 4n + 1 ou p = 4n + 3.
Prova: Basta considerarmos um sistema completo de restos na divisão de p por 4.
p é primo, p > 3
⇒ p é natural, p > 3
⇒ existe n natural tal que
p ∈ {4n + 1, 4n + 2, 4n + 3}
• p não pode ser 4n + 2, pois este é par, maior que 3.
Logo, para algum n natural,
p ∈ {4n + 1, 4n + 3}
onde p é primo, p > 3.
=====
Teorema 2: Se p é primo, p > 5, então existe algum m natural, tal que
p = 6m + 1 ou p = 6m + 5.
Prova: De forma análoga, considerando um sistema completo de restos na divisão de p por 6,
p é primo, p > 5
⇒ p é natural, p > 5
⇒ existe m natural tal que
p ∈ {6m + 1, 6m + 2, 6m + 3, 6m + 4, 6m + 5}
• p não pode ser 6m + 2, pois este é par, maior que 5;
• p não pode ser 6m + 3, pois este é divisível por 3, maior que 5;
• p não pode ser 6m + 4, pois este é par, maior que 5.
Logo, para algum m natural,
p ∈ {6m + 1, 6m + 5}
onde p é primo, p > 5.
=====
Teorema 3: Se
a | c, b | c e mdc(a, b) = 1,
então ab | c.
Este não será provado aqui, embora não seja difícil a demonstração.
=====
Usando o Teorema 1, façamos a análise de casos:
• Caso I: p é na forma 4n + 1.
Então,
p² − 1
= (p − 1) · (p + 1)
= 4n · (4n + 2)
= 4n · 2(2n + 1)
= 8 · n(2n + 1)
⇒ 8 | p² − 1 (i).
• Caso II: p é na forma 4n + 3.
Então,
p² − 1
= (p − 1) · (p + 1)
= (4n + 2) · (4n + 4)
= 2(2n + 1) · 4(n + 1)
= 8 · (2n + 1)(n + 1)
⇒ 8 | p² − 1 (ii).
Portanto, por (i) e (ii), fica demonstrado que
8 | p² − 1
qualquer que seja p primo, p > 3 (iii).
=====
Antes de aplicar o Teorema 2, verifiquemos o caso particular em que p = 5:
p² − 1
= 5² − 1
= 25 − 1
= 24
= 3 · 8
⇒ 3 | p² − 1
para p = 5 (iv).
Usando o Teorema 2, façamos a análise de casos para p > 5.
• Caso I: p é na forma 6m + 1.
Então,
p² − 1
= (p − 1) · (p + 1)
= 6m · (6m + 2)
= 3m · 2 · 2(3m + 1)
= 3 · 4m(3m + 1)
⇒ 3 | p² − 1 (v).
• Caso II: p é na forma 6m + 5.
Então,
p² − 1
= (p − 1) · (p + 1)
= (6m + 4) · (6m + 6)
= 2(3m + 2) · 6(m + 1)
= 2(3m + 2) · 3 · 2(m + 1)
= 3 · 4(3m + 2)(m + 1)
⇒ 3 | p² − 1 (vi).
Portanto, por (iv), (v) e (vi), fica demonstrado que
3 | p² − 1
qualquer que seja p primo, p > 3 (vii).
=====
Temos o seguinte:
Para todo p primo, p > 3,
• 8 | p² − 1 (iii)
• 3 | p² − 1 (vii)
e como mdc(8, 3) = 1, usando o Teorema 3, concluímos que
8 · 3 | p² − 1
24 | p² − 1
qualquer que seja p primo, p > 3
como queríamos demonstrar.
Bons estudos! :-)
24 | p² − 1
qualquer que seja p primo, p > 3.
=====
Teorema 1: Se p é primo, p > 3, então existe algum n natural, tal que
p = 4n + 1 ou p = 4n + 3.
Prova: Basta considerarmos um sistema completo de restos na divisão de p por 4.
p é primo, p > 3
⇒ p é natural, p > 3
⇒ existe n natural tal que
p ∈ {4n + 1, 4n + 2, 4n + 3}
• p não pode ser 4n + 2, pois este é par, maior que 3.
Logo, para algum n natural,
p ∈ {4n + 1, 4n + 3}
onde p é primo, p > 3.
=====
Teorema 2: Se p é primo, p > 5, então existe algum m natural, tal que
p = 6m + 1 ou p = 6m + 5.
Prova: De forma análoga, considerando um sistema completo de restos na divisão de p por 6,
p é primo, p > 5
⇒ p é natural, p > 5
⇒ existe m natural tal que
p ∈ {6m + 1, 6m + 2, 6m + 3, 6m + 4, 6m + 5}
• p não pode ser 6m + 2, pois este é par, maior que 5;
• p não pode ser 6m + 3, pois este é divisível por 3, maior que 5;
• p não pode ser 6m + 4, pois este é par, maior que 5.
Logo, para algum m natural,
p ∈ {6m + 1, 6m + 5}
onde p é primo, p > 5.
=====
Teorema 3: Se
a | c, b | c e mdc(a, b) = 1,
então ab | c.
Este não será provado aqui, embora não seja difícil a demonstração.
=====
Usando o Teorema 1, façamos a análise de casos:
• Caso I: p é na forma 4n + 1.
Então,
p² − 1
= (p − 1) · (p + 1)
= 4n · (4n + 2)
= 4n · 2(2n + 1)
= 8 · n(2n + 1)
⇒ 8 | p² − 1 (i).
• Caso II: p é na forma 4n + 3.
Então,
p² − 1
= (p − 1) · (p + 1)
= (4n + 2) · (4n + 4)
= 2(2n + 1) · 4(n + 1)
= 8 · (2n + 1)(n + 1)
⇒ 8 | p² − 1 (ii).
Portanto, por (i) e (ii), fica demonstrado que
8 | p² − 1
qualquer que seja p primo, p > 3 (iii).
=====
Antes de aplicar o Teorema 2, verifiquemos o caso particular em que p = 5:
p² − 1
= 5² − 1
= 25 − 1
= 24
= 3 · 8
⇒ 3 | p² − 1
para p = 5 (iv).
Usando o Teorema 2, façamos a análise de casos para p > 5.
• Caso I: p é na forma 6m + 1.
Então,
p² − 1
= (p − 1) · (p + 1)
= 6m · (6m + 2)
= 3m · 2 · 2(3m + 1)
= 3 · 4m(3m + 1)
⇒ 3 | p² − 1 (v).
• Caso II: p é na forma 6m + 5.
Então,
p² − 1
= (p − 1) · (p + 1)
= (6m + 4) · (6m + 6)
= 2(3m + 2) · 6(m + 1)
= 2(3m + 2) · 3 · 2(m + 1)
= 3 · 4(3m + 2)(m + 1)
⇒ 3 | p² − 1 (vi).
Portanto, por (iv), (v) e (vi), fica demonstrado que
3 | p² − 1
qualquer que seja p primo, p > 3 (vii).
=====
Temos o seguinte:
Para todo p primo, p > 3,
• 8 | p² − 1 (iii)
• 3 | p² − 1 (vii)
e como mdc(8, 3) = 1, usando o Teorema 3, concluímos que
8 · 3 | p² − 1
24 | p² − 1
qualquer que seja p primo, p > 3
como queríamos demonstrar.
Bons estudos! :-)
superaks:
Ótima resposta!! Obrigado! :D
Perguntas interessantes