MODERNIDADE É HUMANIDADE Pensar qual o processo de desenvolvimento que queremos é um dos pontos fundamentais da Ação pelo Emprego e o Desenvolvimento. Temos uma massa de desempregado de “quarto mundo” enquanto a classe empresarial, ao pensar em emprego, pensa em um mercado para país de “primeiro mundo”. Quando pensamos em emprego pensamos em crescimento, em integração no processo produtivo? O que passa exatamente pela cabeça da sociedade e dos empresários que convivem com a fantástica situação dos países do primeiro mundo que têm um PIB sensacional... e o desemprego igual? O grande desafio colocado hoje, principalmente para a ciência e a tecnologia, é: como podemos pensar uma sociedade onde haja lugar, espaço e ocupação para todos os seus membros? Um processo capaz de incorporar e não de excluir e marginalizar, até porque não inventamos ainda uma sociedade onde 5% trabalham e 95% vivem de bolsa de estudo, ou de bolsa de consumo. Seria uma forma de distribuir a riqueza, dar “vale cidadania” para todo mundo. O sujeito iria com o seu vale e teria saúde, educação, bolsa de alimentação. Sem dúvida, um quadro formidável, mas totalmente irreal. O problema imediato é pensar primeiro o desenvolvimento humano. É essa a grande questão que desafia a ciência e, portanto, as pesquisas e a tecnologia a terem como principal parâmetro a sociedade. Na verdade, estamos diante de uma questão ética. A quem serve nosso conhecimento? A quem serve a economia? Para quem exatamente pensamos o desenvolvimento? Para darmos respostas a estes problemas, fica impossível olhar pelo retrovisor. É preciso pensar o futuro, em como reinventar a sociedade, isto é, as relações culturais e econômicas e as relações de poder. Com essa visão, a ciência e a tecnologia podem perfeitamente questionar o mundo atual e contribuir para criar um novo, porque este, definitivamente, não está dando certo. O que é importante perceber é que estamos hoje diante da consciência de que o desenvolvimento humano se constitui no grande desafio moderno. Modernidade é humanidade. E essa visão só é possível para quem pensa a sociedade do ponto de vista ético. [...] Ironias a parte, entendo que, deste ponto de vista, a contribuição das universidades e também do mundo empresarial, apesar de sua visão imediatista e muito ligada ao primeiro mundo, é da maior importância, porque, quando qualquer setor coloca como questão central a estabilização da economia, faz aterrissar no centro de nossa agenda um problema, quando a questão central é: como eliminar, num prazo digno, a miséria, a indigência e a fome? E é para isso que inteligências e vontades têm que se dirigir. Quando colocamos o emprego como arma contra a miséria, apontamos caminhos e saímos Brasil afora cobrando essa resposta, porque não temos mais tempo. Estamos correndo contra o tempo, contra esta tragédia que se estabeleceu no país. O Brasil não pode mais aumentar a sua taxa de indigência, sua massa de indigentes. Não falamos mais de pobreza e sim de indigência - o estado extremo da miséria. A Ação da Cidadania contra a Miséria e pela Vida e a Ação pelo Emprego o Desenvolvimento existem, crescem e ecoam hoje em 50 milhares de comitês, na mais densa corrente de solidariedade já construída nos últimos tempos, porque - mesmo sabendo que está fazendo o caminho da história pela contramão - a sociedade brasileira confia na mudança. (HERBERT DE SOUZA - Adaptado) Em “Seria uma forma de distribuir a riqueza, dar ’vale cidadania’ para todo mundo”, a expressão sublinhada reflete uma ironia do autor porque: as bolsas de consumo propiciam as transformações sociais. a cidadania não é conquistada através de um vale. a riqueza, num país, distribui-se por meio de donativos a distribuição de vales não admite a exclusão social. os subsídios desfazem a desigualdade social.
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