MISSÃO CIVILIZADORA
Os glorificadores da expansão conseguiram fazer triunfar a ideia, hoje ainda viva em vários setores da vida econômica, de que a expansão ultramarina era o objetivo final da política, tendo sido os ingleses, entre outros, os primeiros a associar os benefícios do imperialismo ao triunfo da civilização, esse grande feito dos "povos superiores". No momento em que os avanços da ciência e o sucesso do darwinismo asseguravam aos mais dotados a tarefa de espalhar pelo mundo os benefícios do progresso, os ingleses se julgavam necessariamente destinados, em essência, a realizar essa tarefa. "Eu acredito nesta raça", dizia Joseph Chamberlain em 1895. Graças ao seu avanço, ao seu "savoir-faire"[expressão francesa que significa "saber fazer"], os ingleses se encarregavam de civilizar o mundo, "este fardo do homem branco". Os franceses, movidos pela doutrina das Luzes e pelo brilho da Revolução de 1789, julgavam sobretudo estar cumprindo uma missão libertadora[...]. Ademais, ao considerarem os indígenas como crianças, eram levados por suas convicções, republicanas ou não, a julgar que, educando-os, eles se civilizariam. Portanto, resistir-lhes era dar provas de selvageria.
Ora, essa ideia de civilização não era neutra. A história e o direito ocidental haviam codificado os fundamentos dela: princípio e formas de propriedade, modalidades de transmissão das heranças, legislação aduaneira, liberdade dos mares, etc. Assim, um conceito cultural, a civilização, e um sistema de valores tinham uma função econômica precisa. Aqueles que não se conformassem a essa regras de direito tornavam-se delinquentes, criminosos, e, portanto, passíveis de punição.
FERRO, Marc(Org.). O livro negro do colonialismo. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004. p. 22-23.
Os reais interesses que acompanham a "missão civilizadora" expressa no texto estão ligados: *
1 ponto
a necessidade de elevar os indígenas a um patamar superior que se igualasse ao patamar europeu.
a tentativa apenas de cristianizar os povos tidos como inferiores.
a industrialização que se tentava impor para o resto do mundo.
a interesses econômicos escamoteados por um discurso de que os povos a serem civilizados seriam os principais beneficiados.
O texto evidencia a ideia de graus diferentes e antagônicos de civilização expressos em "povos superiores" e "povos inferiores". Esse grau de civilização, segundo o texto, é expresso: *
1 ponto
com base no domínio tecnológico, intelectual e científico e e na ideia de raça.
na força bruta de cada sociedade, de modo que a mais forte é necessariamente a mais belicosa.
na comparação genética a partir da verificação de DNA.
exclusivamente em critérios racistas.
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1 - a interesses econômicos escamoteados por um discurso de que os povos a serem civilizados seriam os principais beneficiados.
A missão civilizadora tinha como interesse real as questões econômicas enfatizadas pelo discurso de que os povos que seriam civilizados e passariam a ser dominados pelos colonizadores seriam os principais beneficiados.
2 - com base no domínio tecnológico, intelectual e científico e na ideia de raça.
Considerando as evidências expostas no texto a respeito dos diferentes e antagônicos graus de civilização que eram expressos em "povos superiores" e "povos inferiores" se baseavam nos aspectos de domínio do tipo tecnológico, do tipo intelectual e do tipo científico, além da ideia de raça.
Bons estudos!
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