Minha tia xereta e a nova vizinha
Eu morava com minha tia em um condomínio muito pacato, desses nos quais todos os vizinhos
se conhecem e sabem da vida uns dos outros. Um dia surgiu ali uma pessoa que, por seu
comportamento, acabou destoando dessa característica local.
Era a nova vizinha; e era muito, muito bonita. Vivia só e não gastava conversa com ninguém
dali. Mas, todas as noites, havia um entra-e-sai esquisito de rapazes muito alinhados de seu
apartamento. Minha tia Adelaide, muito puritana e fiscal da vida alheia, resolveu xeretar.
A rotina era sempre a mesma: por volta das vinte horas, iniciava-se a chegada dos rapazes.
Em seguida, luzes começavam a piscar de forma irregular, pessoas conversavam e faziam todo tipo
de barulho. Minha tia, de sua janela, ia ficando cada dia mais intrigada.
— Eles chegam de noite, fazem a baderna deles e, lá pelas vinte e três horas, saem, dizendo
estarem cansados, que é cansativo, mas que vale a pena... Alguns chegam a sair ajustando as
roupas! Que pouca vergonha!
Duas semanas foi o tempo que minha tia levou para tomar coragem e ligar para a polícia,
solicitando uma intervenção.
— Tem um apartamento muito suspeito aqui e está incomodando a todos.
Na verdade, era apenas titia quem estava se sentindo incomodada.
— Por favor, façam logo alguma coisa! Aquilo lá mais parece um bordel!
— Pois não, madame. Estamos enviando uma viatura para aí agora mesmo. Mas antes a
senhora, por gentileza, me passe os seus dados.
Menos de dez minutos depois, minha tia, debruçada em seu observatório, a janela, acompanha
excitada a chegada da polícia.
— Vianinha! — Vianinha era eu. — Vianinha, corre aqui, meu filho! Venha ver, que agora é que
vão pegar a sirigaita!
Fui até onde ela se encontrava. Dali pudemos acompanhar o desembarque de dois policiais
que se encaminharam para o edifício. Poucos minutos depois, os dois deixaram o prédio e
atravessaram serenamente a rua, em direção à portaria de nosso bloco. A campainha tocou, e minha
tia, como uma adolescente descontrolada, correu para abrir a porta.
— Boa noite, senhora — cumprimentou um dos policiais. — A senhora é a Dona Adelaide?
— Sim, sou eu mesma — empertigou-se titia.
Os dois policiais se entreolharam. Depois um deles, com expressão grave, disse:
— Parabéns! A senhora acaba de nos fornecer um flagrante...
Minha tia, não aguentando mais de expectativa, o interrompeu:
— E então? Fale logo! Vão levar a prostitut@?
— Como eu ia dizendo, a senhora nos forneceu um flagrante. Um flagrante de um estúdio
fotográfico de modelos. A moça, na verdade, estuda moda à tarde e, durante a noite, tira fotografias
de modelos masculinos. Se a senhora continuar achando isso vergonhoso ou algo assim, pode ligar;
não para a polícia, mas para um psicólogo. No mais, faça-nos um grande favor, sim? Deixe a moça
trabalhar em paz.
Pena que por perto não havia nenhum balde para eu enfiar a minha cabeça.
1. Qual é o enredo do texto?
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2. Qual é o tipo de narrador do texto? Justifique.
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3. Qual é o conflito do texto?
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4. Qual é o clímax do texto?
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5. Qual é o desfecho da narrativa?
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Soluções para a tarefa
Respondido por
2
Resposta:
xeretaKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK desculpa
Explicação:
.
fnaus:
vei c é muito otari*
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