migracoes por motivos religiosos e politico: refugiados e IDPS
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RELIGIÃO COMO MOTIVO PARA EMIGRAÇÃO
Em algumas situações, a religião pode ser uma variável determinante para que a decisão de migrar seja tomada. Alguns casos em que há relação direta são apresentados a seguir:
Perseguição religiosa no país de origem
Comum em regimes autoritários que não permitem aos cidadãos exercerem sua crença. Um exemplo histórico é o dos judeus no Estado nazista alemão, durante a Segunda Guerra Mundial. A perseguição também pode vir de grupos civis, não-estatais.
RELIGIÕES DOS MIGRANTES NO MUNDO
Quase metade dos migrantes no mundo são cristãos, cerca de um quarto tem origem muçulmana e o outro quarto se divide entre hindus, budistas, judeus, outras religiões e pessoas não religiosas. Cristãos e muçulmanos são também as maiores populações religiosas no globo em geral, portanto, não surpreende o fato de também constarem entre as maiores populações de migrantes. Alguns grupos tem um peso menor em termos de migração, quando comparado a sua população em geral. Os hindus, por exemplo, são cerca de 10 a 15% da população global, mas representam menos de 5% dos migrantes internacionais.
Em termos de comparação com a população total, os judeus são os religiosos que mais migram: cerca de 25% dos judeus habitam hoje em países diferentes dos que nasceram. Para efeitos de comparação, somente 5% dos cristãos e 4% dos muçulmanos seguem esse padrão.
Os Estados Unidos são o país que mais acolhe migrantes cristãos, enquanto o México é o Estado com maior número de emigrantes cristãos. A Arábia Saudita é o país que mais recebe imigrantes muçulmanos, sendo a maior parte de países vizinhos. Israel é o destino mais procurado por judeus, com destaque para imigrantes provenientes da Rússia. A Índia é a maior origem e destino de migrantes hindus. A China tem o maior número de emigrantes não religiosos do globo, e o segundo maior número de emigrantes budistas (o maior número de emigrantes budistas é proveniente do Vietnã).
INTOLERÂNCIA RELIGIOSA
Independente do fato de terem migrado por motivos relacionados à sua religião ou não, com frequência os migrantes religiosos sofrem perseguições ou discriminações também nos países de acolhida. As restrições governamentais a práticas religiosas e as hostilidades sociais direcionadas a religiosos aumentaram em 2015, conforme pesquisa da Pew Research. As regiões consideradas mais intolerantes nesses dois aspectos foram o Oriente Médio e o norte da África, mas a Europa aparece como uma das regiões que mais aumentou seus níveis de intolerância nos últimos anos, principalmente em relação a muçulmanos e judeus.
França e Rússia tiveram um destaque negativo, com mais de 200 casos de uso de força governamental contra grupos religiosos. Tais números refletem principalmente as leis que visam o exercício público da religião, como a proibição do uso da burca na França ou, na Rússia, o tratamento de alguns muçulmanos e grupos – como Testemunhas de Jeová – como extremistas, prendendo-os sem o devido processo legal.
TENDÊNCIAS GLOBAIS
É preocupante que ataques a mesquitas, discursos de ódio e violência direta contra muçulmanos tenham aumentado em países europeus. Além de atualmente receberem refugiados de países como Síria e Iraque, de maioria muçulmana, estimativas apontam para um aumento da população muçulmana no continente, chegando a cerca de 10% da população total em 2050, caso as tendências atuais de crescimento populacional se mantenham. Se o relacionamento com os imigrantes de diferentes religiões não for modificado, tal postura poderá ocasionar conflitos ainda maiores.
Atividades terroristas relacionadas à religião também tiveram um aumento nos últimos anos: em 2014, 82 países registraram ocorrências do tipo, contra 73 em 2012 e 2013. Em 2014, 60 desses países sofreram com mortes e pessoas feridas por consequência desse terrorismo relacionado a atividades religiosas, um aumento de 20 países se comparado a 2012.