Michel Eyquem de Montaigne (1533-1592) compara, nos trechos, as guerras das sociedades Tupinamb· com as chamadas
ìguerras de religi„oî dos franceses que, na segunda metade do sÈculo XVI, opunham catÛlicos e protestantes.
ì(Ö) n„o vejo nada de b·rbaro ou selvagem no que dizem daqueles povos; e, na verdade, cada qual considera b·rbaro o que
n„o se pratica em sua terra. (Ö) N„o me parece excessivo julgar b·rbaros tais atos de crueldade [o canibalismo] , mas que o
fato de condenar tais defeitos n„o nos leve ‡ cegueira acerca dos nossos. Estimo que È mais b·rbaro comer um homem vivo
do que o comer depois de morto; e È pior esquartejar um homem entre suplÌcios e tormentos e o queimar aos poucos, ou
entreg·-lo a c„es e porcos, a pretexto de devoÁ„o e fÈ, como n„o somente o lemos mas vimos ocorrer entre vizinhos nossos
conterr‚neos; e isso em verdade È bem mais grave do que assar e comer um homem previamente executado. (Ö) Podemos
portanto qualificar esses povos como b·rbaros em dando apenas ouvidos ‡ inteligÍncia, mas nunca se compararmos a nÛs
mesmos, que os excedemos em toda sorte de barbaridades.î
De acordo com o texto, pode-se afirmar que, para Montaigne,
(A) a idÈia de relativismo cultural baseia-se na hipÛtese da origem ̇nica do gÍnero humano e da sua religi„o.
(B) a diferenÁa de costumes n„o constitui um critÈrio v·lido para julgar as diferentes sociedades.
(C) os indÌgenas s„o mais b·rbaros do que os europeus, pois n„o conhecem a virtude crist„ da piedade.
(D) a barb·rie È um comportamento social que pressupıe a ausÍncia de uma cultura civilizada e racional.
(E) a ingenuidade dos indÌgenas equivale ‡ racionalidade dos europeus, o que explica que os seus costumes s„o similares.
MONTAIGNE, Michel Eyquem de, Ensaios, S„o Paulo: Nova Cultural, 1984.
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A comparação entre as sociedades indígenas e as europeias evidencia o fato de não podermos julgar as culturas das sociedades, portanto, a resposta é a alternativa b
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