Meu anjo
Meu anjo temo encanto, a maravilha
Da espontânea canção dos passarinhos;
Tem os seios tão alvos, tão macios
Como o pelo sedoso dos arminhos.
Como o vinho espanhol, um beijo dela
Entoma ao sangue a luz do paraíso.
Dá morte num desdém, num beijo vida,
E celestes desmaios num sorriso!
Triste de noite na janela a vejo
E de seus lábios o gemido escuto.
É leve a criatura vaporosa
Como a frouxa fumaça de um charuto.
Mas quis a minha sina que seu peito
Não batesse por mim nem um minuto,
E que ela fosse leviana e bela
Como a leve fumaça de um charuto!
Parece até que sobre a fronte angélica
Um anjo lhe depôs coroa e nimbo...
Formosa a vejo assim entre meus sonhos
Mais bela no vapor do meu cachimbo.
(In: Álvares de Azevedo, Seleção de textos, notas, estudo biográfico, histórico e crítico por Barbara Heller,
Luis Percival Leme de Brito, Marisa Philbert Lajolo. São Paulo: Abril, 1982.p.40. Literatura Comentada.)
The name Aruban mine samaste anscar All, lyon face
Mulher acariciando um papagalo (1827), de Eugène Delacroix.
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não sei desculpaaaaaaa
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