Português, perguntado por JenniferGabry, 1 ano atrás

Memórias póstumas de Brás Cubas
Capítulo LIV
A pêndula
1- Como foi a noite do narrador-personagem depois do beijo

Soluções para a tarefa

Respondido por Kyomo
9

Resposta:

Não pude dormir; estirei-me na cama, é certo, mas foi o mesmo que

nada. Ouvi as horas todas da noite. Usualmente, quando eu perdia o sono, o bater da pêndula fazia-me muito

mal; esse tique -taque soturno, vagaroso e seco, parecia dizer a cada golpe que eu ia ter um instante menos de

vida. Imaginava então um velho diabo, sentado entre dois sacos, o da vida e da morte, a tirar as moedas da

vida para dá-las à morte, e a contá-las assim:

– Outra de menos...

– Outra de menos...

– Outra de menos...

– Outra de menos...

O mais singular é que, se o relógio parava, eu dava-lhe corda, para que ele não deixasse de bater

nunca, e eu pudesse contar todos os meus instantes perdidos. Invenções há, que se transformam ou acabam;

as mesmas instituições morrem; o relógio é definitivo e perpétuo; o derradeiro homem, ao despedir-se do sol

frio e gasto, há de ter um relógio na algibeira, para saber a hora exata em que morre.

Naquela noite não padeci essa triste sensação de enfado, mas outra, e deleitosa. As fantasias

tumultuavam-me cá dentro, vinham umas sobre outras, à semelhança de devotas que se abalroam para ver o

anjo-cantor das procissões. Não ouvia os instantes perdidos, mas os minutos ganhados; e de certo tempo em

diante não ouvi coisa nenhuma, porque o meu pensamento, ardiloso e traquinas, saltou pela janela fora e

bateu as asas na direção da casa de Virgília. Aí achou ao peitoril de uma janela o pensamento de Virgília,

saudaram-se e ficaram de palestra. Nós a rolarmos na cama, talvez com frio, necessitados de repouso, e os

dois vadios ali postos, a repetirem o velho diálogo de Adão e Eva.

Explicação:

Respondido por XandeX015
0

Resposta: Feliz pois beijou quem ele amava, mas pensativo porque não sabia se ela tinha gostado do beijo.

Explicação:

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