Memória afro na capital dos EUA
WASHINGTON DC - O jovem não se contenta em observar a escultura dos atletas olímpicos, uma das peças que mais atrai a atenção no Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana, em Washington DC. Ele se posta ao lado dela e imita a imagem dos dois americanos que, em 1968, reproduziram no pódio a saudação do grupo Panteras Negras, em protesto contra a discriminação racial no país. Com a cabeça baixa, mão fechada e punho ao alto, o menino espera que o pai bata uma foto e logo sai da pose, para dar lugar a outro visitante, que repetirá seu gesto.
P
A cena parece ter virado rotina no espetacular museu, inaugurado há um ano na capital americana. E é só um exemplo da reação dos espectadores — majoritariamente negros — diante de um acervo que cobre a História afro-americana, do período da escravidão até aqui.
Adiante, outro destaque referente à chamada era da luta pelos direitos civis no país: o vestido de Rosa Parks, a costureira e ativista que, em dezembro de 1955, recusou-se a ceder seu lugar no ônibus a um branco. Entre as outras centenas de peças do museu, vamos encontrar as que lembram a contribuição dos negros, por exemplo, nas áreas da cultura e dos esportes: como as luvas de Muhammad Ali e o Cadillac de Chuck Berry.
Uma cidade-museu dos direitos civis
Em agosto 1963, foi a vez de Martin Luther King deixar seu nome associado para sempre ao memorial. Literalmente. Como um dos organizadores da Marcha sobre Washington — eram mais de 250 mil pessoas pedindo emprego, liberdade e fim da segregação racial —, o reverendo fez o discurso que marcou toda uma era. A famosa frase “I have a dream” está gravada na escadaria do memorial, no lugar em que King estava, quando a pronunciou.
Inspirado em um templo grego, o monumento tem 30m de altura e 36 colunas que correspondem aos 36 estados que os EUA tinham quando Lincoln morreu, em 1865. A escultura do presidente mede 5,8m, o equivalente, proporcionalmente, a 8,5m se ela tivesse sido modelada de pé. O memorial pode ser visitado todo dia.
Q
Luther King. O Martin Luther King Jr. Memorial pode parecer inacabado pelo tipo de corte na pedra de onde sai sua imagem. Não está. E, para muitos, a forma como a escultura foi trabalhada mostra que a luta pelos direitos civis ainda está em processo.
A obra está dividida em duas partes. Dois enormes montes de pedra estão ligeiramente posicionados antes da escultura de King, de 9 metros de altura, como se estivessem abrindo passagem para o Nobel da Paz de 1964, assassinado em 1968. Alvo de diferentes críticas — da escolha do projetista, o escultor chinês Lei Yixin, a algumas das frases de King ali inscritas —, o monumento recebe milhares de turistas todo dia. Em meio aos jardins do National Mall, de frente para a Tidal Baisin, pode ser visitado a qualquer hora. Disponível em: . Acesso em: 30 out. 2018.
A partir da notícia apresentada e da luta pelos direitos civis nos EUA, é correto afirmar que:
Escolha uma:
a.
O fato de que o memorial seja visitado majoritariamente por negros mostra como brancos e latinos nos EUA são avessos à memória da luta pelos direitos civis.
b.
O monumento também foi alvo de críticas, que passaram pelo debate em torno de quais frases de Martin Luther King Jr. seriam escolhidas – o que mostra que o legado de Dr. King ainda pode ser alvo de discussões nos dias de hoje.
c.
A criação de um memorial dedicado à memória afro-americana mostra como nos EUA, diferentemente do Brasil, há uma integração da história de origem africana ao entendimento da narrativa nacional daquele país.
d.
A presença de figuras do esporte e da música no memorial dilui a proposta política da luta pelos direitos civis dos negros, que reivindicou mudanças da lei e não das práticas culturais do país.
e.
O memorial organiza uma narrativa bem-intencionada sobre a luta pelos direitos civis dos negros, mas termina por reproduzir um discurso vitimista ao dar destaque apenas para figuras que foram atacadas pelo racismo.
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O monumento também foi alvo de críticas, que passaram pelo debate em torno de quais frases de Martin Luther King Jr. seriam escolhidas – o que mostra que o legado de Dr. King ainda pode ser alvo de discussões nos dias de hoje. correto!
jnmo185p7clt1:
CORRETO
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Resposta Correta
O monumento também foi alvo de críticas, que passaram pelo debate em torno de quais frases de Martin Luther King Jr. seriam escolhidas – o que mostra que o legado de Dr. King ainda pode ser alvo de discussões nos dias de hoje.
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