Artes, perguntado por Pablo835, 1 ano atrás

me mandem uma peça teatral de comedia para 5 pessoas

Soluções para a tarefa

Respondido por samelagabrielle
3
Essa história é linda... 
Personagem 1 - Narrador 
Personagem 2 - Belzebu 
Personagem 3 - Dinato 
Personagem 4 - Todo Mundo 
Personagem 5 - Ninguém 
personagem 6 ou qualquer do Grupo: Encerramento da apresentação! Texto segue ao fim da peça: Pode-se ler tranquilamente. 

P.S. Se quiseres pode mudar um pouco o diálogo para ficar mais fácil na apresentação, basta manter o sentido! 

===> Todo o Mundo e Ninguém 

Narrador : Um rico mercador, chamado "Todo o Mundo" e um homem pobre cujo nome é "Ninguém", encontram-se e põem-se a conversar sobre o que desejam neste mundo. Em torno desta conversa, dois demônios (Belzebu e Dinato) tecem comentários espirituosos, fazem trocadilhos, procurando evidenciar temas ligados à verdade, à cobiça, à vaidade, à virtude e à honra dos homens. 

Narrador: Entra Todo o Mundo, Rico mercador, e faz que anda buscando alguma cousa que perdeu; e logo após, um homem, vestido como pobre. Este se chama Ninguém e diz: 

Ninguém: Que andas tu aí buscando? 

Todo o Mundo: Mil cousas ando a buscar: Delas não posso achar, porém ando porfiando por quão bom é porfiar. 

Ninguém: Como hás nome, cavaleiro? 

Todo o Mundo: Eu hei nome Todo o Mundo e meu tempo todo inteiro sempre é buscar dinheiro e sempre nisto me fundo. E sempre nisto me fundo: e sempre me baseio neste princípio, nesta idéia. 

Ninguém: Eu hei nome Ninguém, e busco a consciência. 

Belzebu: Esta é boa experiência: Dinato, escreve isto bem. 

Dinato: Que escreverei, companheiro? 

Belzebu: Que ninguém busca consciência. 
e todo o mundo dinheiro. 

Ninguém: E agora que buscas lá? 

Todo o Mundo: Busco honra muito grande.

Ninguém: E eu virtude, que Deus mande, que tope com ela já. 

Belzebu: Outra adição nos acude: escreve logo aí, a fundo, 
que busca honra todo o mundo e ninguém busca virtude. 

Ninguém: Buscas outro maior bem que esse? 

Todo o Mundo: Busco mais quem me louvasse tudo quanto eu fizesse. 

Ninguém: E eu quem me repreendesse em cada cousa que errasse. 

Belzebu: Escreve mais. 

Dinato: Que tens sabido? 

Belzebu: Que quer em extremo grado todo o mundo ser louvado, e ninguém ser repreendido. 

Ninguém: Buscas mais, amigo meu? 

Todo o Mundo: Busco a vida a quem me dê. 

Ninguém: A vida não sei que é, a morte conheço eu. 

Belzebu: Escreve lá outra sorte. 

Dinato: Que sorte? 

Belzebu: Muito engraçado:Todo o mundo busca a vida 
e ninguém conhece a morte. 

Todo o Mundo: E mais queria o paraíso, sem que ninguém me estorve. 

Ninguém: E eu proponho-me a pagar quanto devo para isso. 

Belzebu: Escreve com muito aviso. 

Dinato: Que escreverei? 

Belzebu: Escreveque todo o mundo quer paraíso e ninguém paga o que deve. 

Todo o Mundo: Gosto de enganar, e mentir nasceu comigo. 

Ninguém: Eu sempre verdade digo, sem nunca me desviar. 

Belzebu: Ora escreve lá, compadre, não sejas tu preguiçoso. 

Dinato: Quê? 

Belzebu: Que todo o mundo é mentiroso, e ninguém diz a verdade. 

Ninguém: Que mais buscas? 

Todo o Mundo: Lisonjear. 

Ninguém: Eu sou todo desengano. 

Belzebu: Escreve, ande lá, mano. 

Dinato: Que me mandas assentar? 

Belzebu: Põe aí muito bem declarado, não te fique no tinteiro:Todo o mundo é lisonjeiro, e ninguém desenganado. 

Personagem 6: 
Representada pela primeira vez em 1532, como parte de uma peça maior, chamada Auto da Lusitânia (no século XVI, chama-se auto ao drama ou comédia teatral), a obra é de autoria do criador do teatro português, Gil Vicente. 

O autor deu o nome de Todo o Mundo e Ninguém às suas personagens principais desta cena. Pretendeu com isso fazer humor, caracterizando o rico mercador, cheio de ganância, vaidade, petulância, como se ele representasse a maioria das pessoas na terra (Todo Mundo). E atribuindo ao pobre, virtuoso, modesto, o nome de Ninguém, para demonstrar que praticamente ninguém é assim no mundo. 

O autor: Gil Vicente 

Não se sabe, ao certo, a data do nascimento de Gil Vicente. Talvez 1452, 1465 ou 1470. Supõe-se tenha falecido em 1537. Trabalhava junto à corte, como mestre da balança (ou seja, diretor da Casa da Moeda). Em 1502, por ocasião do nascimento do príncipe D. João III, representou perante a rainha mãe, ainda acamada, a peça Auto da visitação (ou Monólogo do vaqueiro). Com ela iniciava o teatro em Portugal. Em sua biografia quase tudo são hipóteses, inclusive a cidade portuguesa que teria sido seu berço natal. 
Mas o importante mesmo é o valor de sua extensa obra teatral, com a qual pintou um painel crítico da sociedade portuguesa quinhentista, não lhe tendo escapado classe social alguma. Suas peças eram, em geral, representadas nos paços reais, com a corte presente. Os cenários e os recursos técnicos eram pobres, mas os temas engenhosos , as personagens decalcadas da realidade e a agilidade do diálogo, além do humor, fizeram do autor um dos mais significativos de toda a história da literatura portuguesa. Principais obras: Auto da Barca do Inferno, Auto da Barca do Purgatório e Auto da Barca da Glória (a chamada Trilogia das barcas), Auto da Índia, Farsa de Inês Pereira. 
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