Português, perguntado por thiagohenriquep56t2c, 10 meses atrás

Me mande uma crônica literaria pequena

Soluções para a tarefa

Respondido por dmrkekekeek
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PEQUENA TRAGÉDIA DIURNA

 

 

Acordo com a rápida sensação de um sonho inacabado. Meu corpo ainda dolente e dolorido conspira preguiçosamente entre fronhas e lençóis desarrumados. Recordo-me ainda que, oniricamente, momentos antes, brincava livre no quintal da casa dos meus pais esquecido de que sou adulto e que tanto minha infância como aquela casa já não existem mais.

Levantar sempre me foi difícil, principalmente às segundas-feiras quando me encontro ressacado do tédio dos domingos. No espelho do banheiro observo um fio de cabelo branco brotar como uma flor em meio ao nada. Tenho de me apressar, pois a pressa me evita pensar e perceber meu corpo cada vez mais impregnado de minutos (agora sei de onde vem esse cheiro forte de maçãs podres). Droga! Minha pasta de dentes acabou e tenho que usar a dela, que me deixa com um gosto estranho na boca.

Da porta a vejo dormindo e envolta em seus sonhos onde, possivelmente, não estou. Deixo-lhe um beijo tosco (ela se vira indiferente a minha angústia matinal) e um bilhete lembrando-lhe para compra minha pasta de dentes. Depois, sacio meu incipiente apetite entre ovo, bolachas, café e manchetes de jornal. Logo cedo já tomo conhecimento que o preço da vida aumentou e as coisas não estão fáceis no Líbano. Ora bolas, que se dane o Líbano, afinal ele está tão distante – é apenas uma seqüência de imagens na TV – e a dor do vizinho não é maior que a minha.

Parto, sem sequer saber se volto, levando comigo lembranças e desejos, e aquele mesmo vazio trespassado nas costelas. Carrego meus minutos e os inchaços de minhas tantas perdas, e na boca este sabor diverso que não é o meu. Agora estou nas ruas representando pros outros que sou feliz…

Joaquim Cesário de Mello

Respondido por cleiaricardoamor
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OS HOMENS SEM TERRA

O homem que nasce, torna-se inesperadamente rei do seu Ser mas incapaz de reinar sobre a vida que lhe foi dada. Descobre, caminhando, que o mundo é uma ilha e que não há gruta que o esconda da sua própria pessoa. Mascara então o rosto, fugindo da responsabilidade, pois como pode um rei sem terra viver dependente do pão que lhe é dado?

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