Me expliquem sobre os recursos naturais da África? Pfavorzin
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A África é rica em recursos naturais. Ouro, diamantes e petróleo são apenas alguns desses recursos. Mas o mais precioso de todos os recursos do continente africano é muitas vezes subestimado (a água) algumas vezes incendeia os ânimos quando toca a definir o acesso aquele precioso líquido. Confrontos registados na semana passada entre agricultores e pastores relativamente ao acesso água no Quénia provocou 14 mortos. E milhares de pessoas fugiram da região onde os incidentes se registaram.
A Terra é por vezes referida como o planeta da água. E, ainda assim, apenas um por cento da sua água está disponível e como a qualidade para consumo humano.
O grupo de defesa do meio ambiente Cruz Verde Internacional calcula que 25 milhões de pessoas abandonaram o mundo em desenvolvimento em busca de trabalho, em larga medida devido a razões relacionadas com o meio ambiente e uma dessas razões principais está relacionada com um deficiente abastecimento de água.
Alexander Likhotal, da Cruz Verde Internacional, afirma que os africanos sentem as consequências da falta de água mais do que qualquer outro habitante do planeta.
”Perdemos milhares de vida por segundo devido à falta de água, principalmente no mundo em desenvolvimento, sobretudo em África Se não resolvermos isto o mundo terá que enfrentar não só a perda de vidas que irá exceder a perda de vidas em qualquer guerra da história da Humanidade, porque mesmo que esteja gente a morrer devido à desinteria e esta doença está associada sobretudo a água contaminada, iremos perder mais vidas do que durante a II Guerra Mundial”.
O programa ”Água pela Paz”, da Cruz Verde, destina-se a ajudar a evitar conflitos sobre recursos hídricos ao promover o diálogo e ao alimentar o diálogo acerca da responsabilidade colectiva pelos recursos hídricos entre as comunidades locais.
O programa centraliza-se em seis bacias hídricas internacionais, incluindo duas em África: a de Okavango, na África Austral; e a do Volta, na África Ocidental. Só a baía de Okavango serve 25 países. Mark de Villiers, autor do livro ”Água” adverte sobre a possibilidade de conflitos potenciais em muitas regiões do globo devido ao acesso à água. E cita, a propósito, as tensões entre a Namíbia e o Botswana, países que dependem do rio Okavango.
Por outro lado, centenas de pessoas foram mortas, em 1989, numa disputa entre a Mauritânia e o Senegal relativamente ao acesso ao Rio Senegal, que forma uma fronteira natural entre aqueles dois países. Perto de metade da força laboral da Mauritânia está empregada na agricultura, muito embora menos de um por cento do país tenha terra arável.
Na África Oriental, a Etiópia anunciou que quer construir grandes barragens na parte superior do Nilo Azul, o que irá travar o fluxo de água para o Egipto. O governo do cairo já advertiu quanto a esta ideia, levantando a possibilidade de um conflito. Afirma Mark De Villiers.
”Tenhamos em mente que o Egipto tem apenas um rio, o Nilo, e que ali nunca chove. estão, por isso, inteiramente dependentes do Rio Nilo, que atravessa a Etiópia, para o seu consumo . Os egípcios são muito bons no que se refere à conservação de água, eles são muito poupados no consumo, mas estão a usar a maior parte da água que conseguem obter. É preciso não esquecer que, em cada ciclo de nove meses, nasce mais um milhão de bebés egípcios.”
A sobre população e a desertificação são consideradas as duas principais razões para a crescente competição pelo acesso á água, seguido pelo ineficaz uso dos recursos hídricos, práticas agrícolas deficientes e a deterioração de infra-estruturas.
Alem Hailu, professor de estudos africanos na Universidade de Howard, na capital americana, afira que a moderna tecnologia combinada como os meios tradicionais de conservação de água ajudariam a reduzir as possibilidades potenciais para conflito sobre o acesso à água.
”Eles chamam-lhe colheita de água e envolve conservar água das chuvas para uso futuro e não abusar da ecologia em termos de árvores e de outras plantas que conservam energia. Estas são algumas das coisas que tem sido tradicionalmente usadas mas abandonadas devido á necessidade de zonas urbanas ou industriais ou para construir grandes barragens, como no Egipto, onde afirmam que 50 por cento das terras aráveis estão agora salinadas devido aos modernos sistemas que não levaram em conta as condições essenciais.”