História, perguntado por mateuss063, 1 ano atrás

me explique sobre a espansão marítima europeia

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Respondido por yasmim9153
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Este termo se refere a um processo histórico de longa duração, ocorrido entre os séculos XV e XVII, que levou a uma expansão técnica-comercial na Europa. Tal expansão, por sua vez, conduziria a uma grande acumulação de capital neste continente, juntamente com o alargamento das fronteiras geopolíticas. Em seu conjunto, esta expansão marítima europeia é mais comumente chamada como as Grandes Navegações.

As primeiras condições para o desenvolvimento deste processo podem ser datadas ainda do século XVIII, quando ocorreram as invasões islâmicas na Península Ibérica. Embora as tentativas por parte dos cristãos para expulsá-los tenham sido frequentes nos séculos seguintes, é inegável que os muçulmanos contribuíram imensamente para a cultura da região ao trazer consigo conhecimentos anteriormente desconhecidos na Península. Entre estes, estavam a bússola e o astrolábio. Estas inovações seriam muito úteis para os portugueses quando procuraram encontrar um novo caminho para ter acesso às riquezas do Oriente que não necessariamente passasse pelas cidades italianas e, consequentemente, o alto preço que estas cobravam pelos produtos monopolizados – principalmente depois da queda de Constantinopla perante os turcos otomanos, em 1453.

Neste sentido, podemos, sem dúvida, considerar Portugal o reino pioneiro nas Grandes Navegações. Sua posição geográfica privilegiada e centralização precoce tornaram possível que ainda no século XV a Casa de Avis pudesse lançar as primeiras expedições oficiais. Em 1415, ocorreu a tomada da cidade de Ceuta; em 1418, seria descoberto o arquipélago dos Açores; em 1434, seria cruzado o temido Cabo Bojador. Mais descobertas ocorreriam nas próximas décadas, seguidas pela exploração das riquezas de África e de seus habitantes autóctones, mas a ambicionada rota para as Índias ainda não fora alcançada. Então, em 1487, o navegador Bartolomeu Dias tornou-se o primeiro europeu a cruzar o chamado Cabo das Tormentas (posteriormente renomeado como Cabo da Boa Esperança), atingindo o Oceano Índico.

Com essa grande conquista, a possibilidade de encontrar-se um caminho marítimo direto para as Índias tornou-se uma realidade cada vez mais próxima. Embora fosse delineado um projeto neste sentido, seriam os espanhóis que, em 1492, pensaram ter alcançado um caminho direto para as Índias numa missão comandada pelo genovês Cristóvão Colombo – muito embora mais tarde fosse provado que ele atingira um novo continente, as Américas. De qualquer forma, essa descoberta fez o reino português procurar um acordo com o vizinho ibérico a fim de renegociar as zonas de influência de cada um no Oceano Atlântico, acertado anteriormente em 1479 no Tratado de Alcáçovas. Em 1494, seria assinado o Tratado de Tordesilhas, que determinava que todas as terras localizadas a oeste de um meridiano a 370 léguas (cerca de 1.800 quilômetros) das ilhas de Cabo Verde seriam de possessão espanhola; todas a oeste seriam de possessão portuguesa. Em 1500, dois anos depois da chegada de Vasco da Gama às Índias, o fidalgo Pedro Álvares Cabral lideraria uma expedição que descobriria a chamada Terra de Vera Cruz – hoje Brasil.

Espanha e Portugal continuariam suas explorações oceânicas até o final do século XVI, fundando a base de seus impérios coloniais. França, Inglaterra e Holanda tentariam fazer o mesmo. Enquanto os dois primeiros não obtiveram sucesso, refugiando-se na pirataria, o último atacaria com sucesso algumas colônias ibéricas no decorrer do século seguinte, abrindo caminho para o seu domínio dos mares durante o século XVII.

mateuss063: durou até o século XVIII anjo
Respondido por danizinhaipa
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A Expansão Marítima Europeia foi um dos maiores feitos realizados pela humanidade, a superação dos perigos reais e imaginários e a transposição dos oceanos promoveram a partir do século XV, uma intensa globalização.

intensa globalização, a chamada Expansão Marítima. Este fato também ficou conhecido como as Grandes Navegações e tinha como principais objetivos: a obtenção de riquezas (atividades comerciais) tanto pela exploração da terra (minerais e vegetais) quanto pela submissão de outros seres humanos ao trabalho escravo (indígenas e africanos), pela pretensão de expansão territorial, pela difusão do cristianismo (catolicismo) para outras civilizações e também pelo desejo de aventura e pela tentativa de superar os perigos do mar (real e imaginário).


Sendo assim, preconizaremos nossa análise no desejo de aventura e superação dos perigos do mar. Será que no momento das Grandes Navegações os europeus acreditavam realmente que o planeta Terra tinha o formato de um quadrado? E que nos mares existiam monstros tenebrosos?


Sempre que lemos textos sobre a Expansão Marítima Europeia é comum encontrarmos referências aos perigos dos mares, a inexperiência e inexatidão dos navegadores, esses textos nos dão a impressão de que os europeus não tinham nenhum aparato técnico e tecnológico para a época, e parece-nos que quando iriam lançar-se ao mar, estariam caminhando na escuridão, sem visão e sem destino. Quem nunca ouviu dizer ou leu sobre a chegada dos portugueses ao território do atual Brasil, que esses queriam ir às Índias e se perderam e acabaram chegando à América! Então, chegaram aqui por acaso?


Primeiramente devemos pensar como essas ideias (terra quadrada, mar tenebroso, monstros, zonas tórridas) foram surgindo no pensamento e mentalidade dos europeus no século XV. Desde a Idade Média a Igreja Católica era detentora de enormes poderes políticos e espirituais (religioso). Portanto, a Igreja disseminava teorias sobre as coisas naturais, humanas e espirituais para exercer prontamente o seu poder. Geralmente, aqueles que contrariavam as teorias Teocêntricas da Igreja sofriam sérias perseguições. Além do mais, o catolicismo exercia a proibição e a censura de certos livros, principalmente dos filósofos da antiguidade clássica (Platão, Aristóteles, Sócrates).


Esta situação somente começou a mudar com o advento do renascimento urbano e comercial. Permitindo outras possibilidades de leituras do mundo, das coisas naturais, humanas e espirituais. Sendo assim, o infante português D. Henrique iniciou em Sagres (Sul de Portugal) um local de estudos que reuniu navegadores, cartógrafos, cosmógrafos e outras pessoas curiosas pelas viagens marítimas.


Este local de estudos ficou conhecido como Escola de Sagres, nesta escola desenvolveram novos estudos sobre técnicas de navegação, aperfeiçoaram a bússola, o astrolábio (ferramentas de orientação geográfica), produziram constantes mapas das rotas pelos oceanos e criaram novos tipos de embarcação, por exemplo, as caravelas, mais leves e movidas por velas latinas de formato triangular, que facilitavam as manobras em alto mar e propiciavam percorrer maiores distâncias.


As diferenças são nítidas entre o acaso de navegar e a precisão nas navegações, se analisarmos mapas feitos anteriormente à Escola de Sagres, percebemos nestes a presença de monstros nas ilustrações dos oceanos como obstáculos dos navegadores, outro aspecto importante nestes mapas era a presença de anjos desenhados no céu, representando a proteção aos navegadores, como se esses anjos estivessem protegendo as embarcações.


Além de superar os perigos reais (as tempestades, as danificações nas embarcações, as doenças, a fome e a sede), os navegadores, pela mentalidade medieval, ainda tinham que superar os medos imaginários (os monstros marinhos, a zona tórrida, a dimensão plana do planeta, quanto mais navegavam mais próximos estariam do abismo). Acreditamos que a presença dos medos imaginários existiu, mas as inovações técnicas e tecnológicas (Escola de Sagres) propiciaram outro “olhar” para as navegações, permitindo a Expansão Marítima Européia.



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