Português, perguntado por gabrieldeveza2, 4 meses atrás

ME AJUDEMMMMMM
por Ailton Krenak Um ano depois do início da pandemia, quero falar sobre nossa identidade, sobre cultura, sobre as diferentes escolhas que nossas culturas nos levam a fazer. Eu estava pensando no dilema que vivemos nos últimos anos, mas todo o século XXI também é caracterizado por isso, que é a movimentação de pessoas pelos continentes, pelos países, que resultou no que chamamos de refugiados. Paisagem de montanha ocupa toda a imagem. A montanha sonha com o rio voador: nuvens... (imagem: acervo pessoal) Nós estamos vivendo um tempo em que os moradores do planeta Terra não conseguem dar conta de compartilhar a vida; eles produziram muita pobreza, desigualdade. Tem gente vivendo como “refugiado ambiental”. Um refugiado ambiental é aquele que perdeu seu território, sua ecologia, seu modo de vida e teve de perambular pelo mundo sofrendo discriminação e violência, que é uma marca, também dura, deste século XXI. Se produzimos “refugiados ambientais” é porque estamos salgando a terra, no mau sentido. Ela está se tornando um lugar impossível para as comunidades se constituírem e viverem continuadamente, os chamados povos tradicionais – aqui no Brasil, a gente tem esse termo, povos tradicionais se refere aos quilombolas, às comunidades indígenas, aos ribeirinhos, aos seringueiros, aos extrativistas da Amazônia. Uma característica comum dessa constelação de povos é que eles vivem em comunidade, seu acesso ao território é comunitário. E existe o cultivo de uma prática que proporciona um tipo de autoajuda, de constante solidariedade, compartilhamento entre as pessoas, da roça, da horta, da pesca, da comida, do campo, da caça, dos lugares que percorrem, são todos territórios comunitários. Quilombo é comunitário, terra indígena é comunitária, reserva extrativista é comunitária. Esses modos de vida comunitários incentivam a criança, desde sua formação mais tenra, a ser uma pessoa coletiva, uma pessoa que se interessa por tudo que pode ser compartilhado, que pode ser experimentado como um comum, um território comum, uma água, uma vida. Essas perspectivas constituem pessoas coletivas. Contra essas pessoas coletivas, temos cerca de 70 a 80% da população do nosso país, e podemos também falar de todo o planeta, que vive concentrado em grandes centros urbanos. E alguns grandes centros bem antigos, na Europa principalmente, e na Ásia também. Gente que já vive em condição urbana há séculos, há milênios. Essa forma de vida altamente desenvolvida e concentrada nas grandes metrópoles do mundo, e também aqui no Brasil, nas grandes cidades, criou uma cultura de individualidade. As pessoas moram individualmente. Mesmo em uma família, o avô, o tio, os primos, os cunhados, os entes mais próximos, além do irmão, do pai e da mãe, não vivem juntos, eles vivem separados, às vezes numa outra cidade, às vezes até num outro país... explique o que o autor, o lider indígena e filósofo Aílton krenak, entende como "pessoa comunitária" e como isso influencia na relaçao dessa pessoa com o planeta.

explique o que o autor, o lider indígena e filósofo Aílton krenak, entende como "pessoa comunitária" e como isso influencia na relaçao dessa pessoa com o planeta.

Soluções para a tarefa

Respondido por alicegameblox890
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Resposta:

O mundo está em suspensão. O momento é de recolhimento, de silêncio. A experiência do isolamento social, para enfrentar o horror do novo coronavírus, pode trazer lições valiosas à humanidade. “Se essa tragédia serve para alguma coisa é mostrar quem nós somos. É para nós refletirmos e prestar atenção ao sentido do que venha mesmo ser humano. E não sei se vamos sair dessa experiência da mesma maneira que entramos. Tomara que não”, afirma o escritor Ailton Krenak, de 66 anos, um dos mais destacados ativistas do movimento socioambiental e de defesa dos direitos indígenas e doutor honoris causa pela Universidade de Juiz de Fora.

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