❤me ajudem por favor =) faça uma produção de texto no mínimo 12 linhas de como você se sentiria um dia sem internet
Soluções para a tarefa
Eu acordei atrasada porque o relógio da cabeceira estava com a pilha fraca e o alarme não tocou alto o suficiente. Levantei correndo, tomei banho, escovei os dentes e me senti vazia: não tinha notificação para olhar. Fui preparar o meu café e desisti de caprichar na apresentação. Não existia stories. Era eu, sozinha, comigo mesma, engolindo o café.
Será que eu estava realmente viva? Ninguém estava me vendo.
Precisava chegar no trabalho rápido, mas não tinha Waze para me dizer a melhor rota (que fugiria do trânsito). Me arrisquei. Me perdi um pouco mas acabei descobrindo uma nova rota. No caminho, liguei para o pessoal do trabalho avisando que chegaria uns 10 ou 15 minutos atrasada. Ninguém entendeu. Cheguei e comecei a escrever, em um caderninho surrado, as minhas pendências do dia. Passei a manhã fazendo ligações (que avisavam que eu tinha recebido algum recado, que solicitavam algo e/ou marcavam reuniões).
Durante a pausa da manhã, senti saudades da pessoa amada e liguei. Queria dar bom dia e um oizinho. Ela não atendeu. Estava trabalhando.
Enviei um SMS, que custou 75 centavos. Não ia dar para prolongar a conversa. “A noite, quando chegarmos em casa, a gente conversa”, pensei. É hora de almoçar. Não sei quais são as opções mais baratas, com frete grátis, do dia. Me sinto sem escolhas. Me sinto estranha. Será mesmo que um dia eu já pude escolher?
Olho para a geladeira da empresa e vejo alguns folhetinhos pendurados. “Disk marmitas” me chamou mais atenção. Ligo 1x e dá ocupado. Espero 2 minutos e tento de novo. Ocupado. Espero 1 minuto e dá ocupado, de novo. Preciso esperar no mínimo 5 minutos. Ok. Desisto. Nem sei quais são as opções do dia mesmo.
Saio para caminhar e descobrir novos lugares, por perto. Na rua de trás do lugar aonde trabalho existe um restaurante muito fofo. Ele tem luzinhas penduradas e mesinhas com cadeiras aconchegantes. Como eu nunca havia reparado?
Escolho comer ali e para a minha felicidade, encontro um colega que não via faz tempo. Decidimos almoçar juntos. Nos olhamos nos olhos e eu prestei atenção nas histórias dele, como nunca. Aliás, eu também nunca tinha reparado que o Rodrigo tinha aquela cicatriz na testa.
É meu amigo-que-virou-colega há 12 anos e eu jamais havia perguntado a história daquela marca. Sem notificações, pagamos a conta em dinheiro. A maquininha de cartão demorava muito. Volto a trabalhar.
Preciso enviar um documento para um cliente assinar. Ligo para o nosso motoboy de confiança. Ele vem buscar e leva até o endereço que escrevi no envelope. Ligo, dessa vez para o cliente, avisando que o motoboy vai levar no horário marcado, colher a assinatura e me trazer de volta. Ufa. Até às 18h ele está de volta.
Lembro de um filme que gostaria de assistir, mas não lembro o seu nome completo. Aonde eu posso encontrar? Converso com o pessoal do trabalho e em um momento gostoso de descontração, alguém recorda o nome. Eu anoto no caderninho e decido passar no resto de uma mini Blockbuster que sobrou perto de casa, consultar se ele está disponível para locação. Nem sei se meu DVD funciona mais.
Mais algumas ligações e textos no caderninho.
Estou com uma dúvida. Não sei como escrever a palavra REINVIDICAR (ou REIVINDICAR?) e preciso dela para compor um relatório. Levo uns 5 minutos para encontrar a palavra no dicionário. O certo é REIVINDICAR. Ok. Meu chefe me deu um feedback positivo e deixou um post it fofíssimo na minha mesa. Gostaria que o mundo visse. Guardo na bolsa.
Me sinto sozinha. É hora de ir embora e eu me arrisco pelo meu novo caminho, mais uma vez. Mas, não dou a mesma sorte. Teve acidente.
Fiquei 30 minutos parada na rodovia ouvindo rádio. Não tocou as minhas músicas favoritas e muito menos, pude escolher o que eu gostaria de ouvir. Sem playlists. Descobri 4 novas frequências de rádio e uma música nova do Seu Jorge que melhorou o meu final de tarde.
Minha mãe me ligou enquanto eu dirigia. “Mãe, estou dirigindo. Te retorno assim que eu chegar em casa”. Ela queria me contar que a cozinha nova havia ficado pronta. E eu desejei profundamente ver uma foto. Apenas imaginei e prometi que passaria lá no dia seguinte para ver.
Chego em casa.
Será que eu realmente existo?