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Resposta:
1) Na verdade, somente uma parte da sociedade valoriza a memória e o movimento de resgate à memória muitas vezes passa por ser expressões de um movimento ideológico mais por questões históricas de revalorização de um determinado grupo social como um museu do negro, ou museus que retratam a vida dos imigrantes no Brasil e etc...
Quanto ao trato da nossa história e nossas memórias, a onda ideológica conservadora não acompanha a necessidade de se conservar a história o que se traduz por exemplo em monumentos históricos como estações de trem coloniais, igrejas e catedrais ou mesmo edificações que o poder público não investe em restauração e que estão abandonados, se deteriorando e vandalizados com pixações e outras violências culturais. Por outro lado, a cultura do brasileiro em preservar suas raizes históricas é pressionada por movimentos culturais do descartável ou das manifestações culturais momentâneas como músicas ou eventos esportivos (sobretudo o futebol).
2) A sociedade desvaloriza a memória conforme seu posicionamento ideológico diante dos fatos históricos: Uma pessoa evangélica por exemplo pode não querer visitar uma catedral católica por ideologia protestante ou não visitar festivais de cultura negra por acreditarem que não podem frequentar festas pagãs em desacordo com seus preceitos religiosos.
Além disso, há a cultura de massas que prestigia sempre as "inovações" e a necessidade de muitas vezes dar prioridade ao trabalho mais do que ao próprio lazer faz com que muitos brasileiros se esqueçam dos museus, das exposições de arte ou teatro. Há por parte da mídia a valorização da cultura televisiva de modo que a cultura histórica está na palma da mão ou que não é preciso ir a uma Biblioteca Nacional ou uma Mostra de Artes Plásticas porque tudo está na internet.
Há seríssimos desestimulos à leitura pelo fato de muitos livros históricos serem caros demais e livros de literatura descartável serem tão baratos ao ponto de serem vendidos em supermercados e bancas de jornal. Assim sendo, o brasileiro não é educado a conservar seus espaços públicos e tampouco sua história, talvez, por haver inúmeros concorrentes tão fortes e atrativos do que nossa própria cultura (Realities shows com famosos, partidas de futebol, missas e cultos transmitidos pela TV, shows de cantores mercadológicos e marketeiros, finais de novela....)
Só um detalhe: Pergunte a qualquer um, quantas vezes ao dia, ela assiste à TVE (TV Educativa)?
Espero ter ajudado e perdoe me se fui superficial! :)