Me ajudem por favor
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CADERNO DO ALUNO
2.O poema de Mário de Andrade apresenta uma reflexão sobre a criação de uma expressão
literária brasileira, envolvendo questões que passam pela busca e imitação de modelos
desconhecimento da língua portuguesa utilizada no Brasil e pela estrangeiros, pelo
construção da identidade nacional. Releia o texto e responda:
a)Pesquise o significado da palavra "lundu”. Qual o efeito de sentido que o termo possibilita
ao poema?
b) No primeiro verso, o eu lírico se coloca na posição de um escritor que incomoda "muita
gente". A partir do que é apresentado nas demais estrofes, por que isso acontece?
c) Explique o motivo da palavra "xavie" vir entre aspas e as palavras bagé, pixé e chué não?
d) Qual o tema principal tratado por Mário de Andrade? O que o poeta critica em seu poema?
e)No poema, há uma alteração estrutural no que se refere ao uso da:
( ) métrica
( ) rima
( ) linguagem de dicionário
( ) linearidade do discurso
Sabendo se tratar de um poema modernista, cujas características são a desconstrução e a
subversão da sintaxe, descreva as impressões que o texto despertou em você.
Soluções para a tarefa
a) O lundu também é conhecido como:
- landum;
- lundum; e
- londu.
Faz referência a uma canto e dança que teve origem no continente africano e que, posteriormente, foi introduzido aqui no Brasil nosso país. Provavelmente foi trazido por escravos angolanos.
- O termo possibilita ao poema o sentido de mistura de culturas.
b) O incômodo acontece porque em seus poemas ele fala sobre diversas culturas.
c) A palavra xavié está entre aspas porque foi usada a linguagem coloquial
d) Mário de Andrade fala sobre as diferenças culturais, que nem sempre são conhecidas e/ou respeitadas.
e) Linguagem de dicionário
Poema: LUNDU DO ESCRITOR DIFÍCIL
"Eu sou um escritor difícil
Que a muita gente enquizila,
Porém essa culpa é fácil
De se acabar duma vez:
É só tirar a cortina
Que entra luz nesta escurez.
Cortina de brim caipora,
Com teia caranguejeira
E enfeite ruim de caipira,
Fale fala brasileira
Que você enxerga bonito
Tanta luz nesta capoeira
Tal-e-qual numa gupiara.
Misturo tudo num saco,
Mas gaúcho maranhense
Que pára no Mato Grosso,
Bate este angu de caroço
Ver sopa de caruru;
A vida é mesmo um buraco,
Bobo é quem não é tatu!
Eu sou um escritor difícil,
Porém culpa de quem é!...
Todo difícil é fácil,
Abasta a gente saber.
Bajé, pixé, chué, ôh "xavié"
De tão fácil virou fóssil,
O difícil é aprender!
Virtude de urubutinga
De enxergar tudo de longe!
Não carece vestir tanga
Pra penetrar meu caçanje!
Você sabe o francês "singe"
Mas não sabe o que é guariba?
— Pois é macaco, seu mano,
Que só sabe o que é da estranja."
Bons estudos!