Me ajudem, please! — Já descobriu a solução da adivinha? — disse o chapeleiro, voltando-se para Alice.
— Não, desisto. Qual é a resposta?
— Não faço a menor ideia — disse o Chapeleiro.
— Nem eu — acrescentou a Lebre de Março.
Alice suspirou, cansada:
— Acho que vocês podiam fazer com o tempo coisas muito melhores do que gastá-lo com adivinhas sem respostas.
Embora absurda, a atitude do Chapeleiro quebra a verossimilhança interna da narração, sim ou não? Explique.
Soluções para a tarefa
Resposta:
a) Exemplo de resposta: O Chapeleiro tinha proposto uma adivinha a Alice e, nesse trecho, ele cobra a solução. Como Alice não resolveu o problema, tanto ela como o leitor esperam uma resposta. No entanto, ele e a Lebre, inconsequentemente, confessam que também não sabem que semelhanças existem entre um corvo e uma escrivaninha. Portanto, a ação da personagem é incoerente.
b) Resposta possível: Propor uma adivinha que não tem solução é uma atitude incoerente, mas pode ser explicada como troça (brincadeira, gozação), como forma de provocar o humor (tanto o mau humor de Alice, irritando-a, como o riso do leitor). No texto, além dessa finalidade humorística, o fato de o Chapeleiro ser maluco confere verossimilhança interna à sua atitude. Seria inverossímil se ela fosse coerente, sensata. De um maluco, esperam-se maluquices.