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Crônica: neste país injusto, o medo não é distribuído
em iguais porções
Por um dia, o carioca, esse brasileiro na vitrine, pôde esquecer todos os seus
medos, pois um
medo muito maior e imediato tomou conta de tudo.
Pedro Bial
Todo dia, todo mundo tem sua dose dele. Pra uns, o medo vem no jornal, na tevê, na internet.
É medo remoto, notícia do medo de outros. Medo do medo. Quando a gente quer saber alguma
coisa, quer saber pra saber se precisa ter medo de tal coisa.
Porém, receio que, como tantas coisas neste país injusto, o medo não é distribuído em iguais
porções. Os moradores de favelas, por exemplo, são agraciados com fartas rações de medo, morrem
de medo. É tanto medo em áreas conflagradas que, às vezes, como anteontem, no Rio de Janeiro, o
medo transborda.
Quem chegasse à cidade na sexta, visse o céu primaveril, a praia feliz, não poderia enxergar a
inundação invisível de medo. Aquele medo, vizinho intimo de todo dia das populações faveladas,
desceu para todos os asfaltos, concretos, alumínios e vidros fumê, Formou.
Demorou... Por um dia, o carioca, esse brasileiro na vitrine, pôde esquecer todos os seus medos:
medo do estado quebrado e seu salário atrasado, medo do desemprego, medo de não saber
quem
é
bandido e quem é autoridade, medo da eleição ano
que vem, medo do ano que vem, medo do futuro
-pudemos esquecer todos esses medos, pois um medo muito maior e imediato tomou conta de tudo.
Um medo instantâneo e insolúvel, o medo de sair de casa, agora, medo do presente instante. Des-
ceu o morro, enfim, compartilhado, multiplicado: o medo democratizado.
9-Uma palavra que se repete muitas vezes na crônica é palavra medo(s). Retorne ao texto e circule-a sempre que aparecer no título e no título complementar.
b)Que sentido você atribui a essa repetição?
Soluções para a tarefa
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Resposta:
temor, ansiedade irracional ou fundamentada, e receio.
Explicação:
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