ME AJUDEM PFVR DOU 33 PONTOS
10. Leia os textos a seguir.
Texto 1
Em meio a cerca de cinco mil religiosos do Candomblé, dentre pais, mães, filhos e filhas de santo, duas senhoras começam a distribuir panfletos com mensagens bíblicas. Até então tudo respeitoso, até quando a distribuição começa a ganhar palavras de ordem: “Conheçam Jesus!”, ou “A religião de vocês é do Diabo, nosso Deus é bom! Confusão formada e logo apartada por algumas pessoas. Não bastando a manifestação discriminatória explícita, logo depois a agressão: da janela de uma casa alguém joga água sobre os religiosos que, vestidos de branco, pediam respeito ao culto dos Orixás. Essas manifestações de intolerância buscavam intimidar, sem resultado, os participantes da III Caminhada pela Vida e Liberdade Religiosa, realizada em Salvador no dia 25 de novembro.
Texto 2
[...]
É importante salientar que a crítica religiosa não é igual à intolerância religiosa. Os direitos de criticar dogmas e encaminhamentos de uma religião são assegurados pelas liberdades de opinião e expressão. Todavia, isso deve ser feito de forma que não haja desrespeito e ódio ao grupo religioso a que é direcionada a crítica. Como há muita influência religiosa na vida político-social brasileira, as críticas às religiões são comuns. Essas críticas são essenciais ao exercício de debate democrático e devem ser respeitadas em seus devidos lugares
A) De acordo com as informações do texto, o relato do texto1 é um caso de crítica ou intolerância religiosa. Justifique.
B) Durante a Reforma protestante na Europa ocorreram diversos conflitos. A Igreja Católica inclusive reagiu instalando o Tribunal do santo Ofício (a Inquisição). Explique em que consistia essa ação.
Soluções para a tarefa
Resposta:
Em meio a cerca de cinco mil religiosos do Candomblé, dentre pais, mães, filhos e filhas de santo, duas senhoras começam a distribuir panfletos com mensagens bíblicas. Até então tudo respeitoso, até quando a distribuição começa a ganhar palavras de ordem: “Conheçam Jesus!”, ou “A religião de vocês é doDiabo, nosso Deus é bom! Confusãoformada e logo apartada por algumas pessoas. Não bastando a manifestação discriminatória explícita, logo depois a agressão: da janela de uma casa alguém joga água sobre os religiosos que, vestidos de branco, pediam respeito ao culto dos Orixás. Essas manifestações de intolerância buscavam intimidar, sem resultado, os participantes da III Caminhada pela Vida e LiberdadeReligiosa, realizada em Salvador nodia 25 de novembro.
A religião do Candomblé foi tema de muitas atividades duranteo mês da Consciência Negra na capital baiana. As agressões motivadas pela intolerância das seitas evangélicas são vivenciadas cotidianamente por muitos Terreiros em Salvador,em especial nos bairros onde estas comunidades estão mais concentradas. “Aqui na minha comunidade (Itapuã), apesar de termos vencido a Igreja Universal na justiça, por conta do crime cometido contra Mãe Gilda, ainda sofro perseguição por grupos de evangélicos. É só entrarem lojas e as pessoas saem correndo, somos ofendidas na rua por estar trajando roupas religiosas. São ofensas todos os dias aqui, dirigidas a mim e aos filhos da Casa”, denuncia a ialorixá Jaciara Ribeiro, filha de Gildásia dos Santos, falecida em 2000 após perseguição sofrida por evangélicos. Seu caso ganhou repercussão nacional e se tornou referência no combate à intolerância na Bahia. (veja quadro abaixo)
As manifestações públicas que exigem respeito aos rituais sagrados, à indumentária religiosa e, principalmente, aos Orixás, são uma forma de se chamar a atenção das autoridades para a gravidade das agressões sofridas pelos adeptos do Candomblé, na Bahia e no Brasil. Conhecer os direitos e saber o que é possível fazer em termos legais para assegurar a livre manifestação religiosa é fundamental: “Sem o conhecimento de nossa força, essência e nossa religião, não conhecemos o que nos é mais sagrado, que é nossa história. Isso nos fortalece”, afirmou Mãe Beata de Iemanjá, ialorixá doIlê Axé Omi Ojuarô (RJ), tambémp resente na Caminhada em Salvador.
Combate e Mapeamento - Os agressores não se limitam às palavras e à pregação contra os deuses africanos. O desrespeito contra os adeptos do Candomblé também vem em atos de agressão mais diretos. “O que vemos são casos de ofensas e agressões mais individuais, partindo de alguns fiéis mais fanáticos. O que temos feito é apurado estes casos que chegam até a Promotoria, estreitando a relação comos líderes das igrejas evangélicas para que eles cooperem na eliminação desse comportamento indesejável de seus seguidores”, aponta Almiro Sena, da Promotoria de Justiça de Combate ao Racismo e Intolerância Religiosa. Este combate, inclusive, é um dos resultados esperados com a instituição do Programa de Valorização do Patrimônio Afro-Brasileiro, um produto direto do Projeto Mapeamento de Terreiros de Salvador, realizado pelo Centro de Estudos Afro-Orientais da Universidade Federal da Bahia (Ceao), em parceria com órgãos municipais em 2006.
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