História, perguntado por kallynecosta010, 8 meses atrás

me ajudem aee



-aponte quais foram os setores novos que se desenvolveram a partir de vargas.






explique o processo de " substituição de importação ".​

Soluções para a tarefa

Respondido por Naruto6367
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Resposta:

A crise de transição pela qual o Brasil passara colocava no entanto uma série de problemas bastante sérios para a economia brasileira. Estes problemas poderiam ser classificados entre problemas de curto prazo, cujo enfrentamento imediato era necessário para solução da crise, e problemas de longo prazo, cuja solução se exigiria em qualquer hipótese, com ou sem crise.

Entre os problemas de curto prazo, poderíamos citar quatro fundamentais:a) era necessário adequar a demanda à oferta agregada e, desta forma, resolver o problema da capacidade ociosa e assegurar uma taxa de lucro atrativa para a classe empresarial; b) era preciso aumentar as exportações, já que não era mais possível continuar a reduzir o coeficiente de importações; c) reduzir e neutralizar a taxa de inflação; d) absorver pelo menos parte da mão-de-obra excedente. Além disso, havia uma série de problemas ou objetivos de longo prazo. Em primeiro lugar, era preciso aumentar a eficiência ou reduzir os custos das empresas nacionais; em segundo, aumentar a taxa de poupança da economia; em terceiro lugar, reduzir os equilíbrios regionais; em quarto lugar, distribuir melhor a renda; em quinto lugar, aumentar o grau de autonomia do país.

Estes objetivos não eram todos perfeitamente coerentes. Alguns eram conflitantes, especialmente ao nível dos objetivos a longo prazo. Aumentar a taxa de poupança, por exemplo, e redistribuí-la melhor são objetivos em que se manifesta facilmente contradição nos quadros de um sistema capitalista. Por outro lado, aumentar a eficiência ou a taxa de poupança pode ser objetivo conflitante com o de aumentar o grau de autonomia do país. Era preciso, todavia, definir-se uma estratégia que configuraria o novo modelo brasileiro de desenvolvimento e essa estratégia foi sendo definida na prática. Não creio que tenha havido, em qualquer momento, uma definição precisa, clara, de toda essa estratégia, apesar de contarmos no Brasil ao nível do governo com eonomistas competentes. Provavelmente não foi definida toda uma estratégia, mas definiu-se parte dela. É preciso entender também que sob muitos aspectos a estratégia decorre das próprias forças ou da própria dinâmica do sistema econômico vigente.

A estratégia adotada deu evidentemente primazia ao curto sobre o longo prazo. Era preciso, antes de mais nada, resolver os problemas de curto prazo, e estes é que foram atacados com mais vigor. Cabe assinalar também que a prioridade atribuída às estratégias correspondeu aproximadamente à ordem em que elas foram indicadas.

Para realizar a estratégia, o Brasil em 1964 não partia evidentemente do zero. Passava então a existir no país um governo politicamente forte, economicamente poderoso, com o controle de uma parte considerável da economia nacional. Mais de 60% da acumulação de capital eram diretamente controlados pelo Estado. Este, que passara por um amplo processo de desenvolvimento a partir dos anos 30, já estava então administrativa e tecnicamente bem equipado, tendo a seu serviço economistas, administradores e militares competentes. Eram os tecnoburocratas civis e militares que especialmente ao nível do Estado adquiriam poder crescente.

Além de um Estado política e economicamente forte e tecnicamente equipado, o país já dispunha de um parque industrial amplo e diversificado. Em 1960, por exemplo, através de uma visita a uma feira da indústria mecânica pesada, ficamos impressionados com o grau de desenvolvimento que já alcançara a indústria brasileira naquela época. Este parque industrial era tecnologicamente sofisticado, ainda que desequilibrado. Havia indústrias com alta produtividade, ao lado de indústrias com produtividade muito baixa, mas tratava-se, de qualquer forma, de um parque industrial já razoavelmente bem desenvolvido em termos tecnológicos. Tínhamos além disso um mercado interno relativamente amplo, que se desenvolvera graças ao modelo de substituição de importações. Finalmente, contávamos com uma classe empresarial e uma classe tecnoburocrática já numericamente grande e relativamente capaz no plano técnico. Estes eram os ativos, e é preciso tê-los em mente para entendermos como se definiu o novo modelo de desenvolvimento.

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