Português, perguntado por vitoriaddltwd, 1 ano atrás

Me ajudem a fazer uma analise desse poema do Caio Fernando Abreu.


Ninguém saberá da secura de nossos olhos

(20 de dezembro de 1975)
Ninguém saberá da secura de nossos olhos
da dureza de nossa boca ninguém saberá
do fio das unhas da dor no dente
do sangue guardado no fundo da gaveta

ninguém adivinhará os jardins atrás do muro fechado
ninguém quebrará o ferro do portão
ninguém violentará o secreto
ninguém te tocará profundamente
ninguém te saberá
ninguém.

Por isso olhamos as nuvens
sentados ao vento que não sopra
enquanto os balanços rangem
os rádios cantam
e a rua intocável como um quadro
pintado por outro.

Por isso olhamos em volta
e o que se passa além de nossa (uma palavra ilegível)
não nos soluciona
(ninguém sabe
ninguém saberá).

O caule quebrado do girassol
o livro de Toynbee sobre os degraus
a caneta riscando o papel
as nuvens
a tarde
a rua

o medo.

Soluções para a tarefa

Respondido por ragogehlen
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Para você interpretar um poema, pode ser muitas vezes, desafiador. Assim como esse, pois à análise acaba extrapolando os sentidos, e muitas vezes precisamos ir além; no sentido de conhecer mais afundo o autor do poema, assim, como prestar atenção aos detalhes!... Note, que ele deixa uma marca no poema, um sinal, onde o usa para transmitir uma ideia de segredo, pois, ninguém saberá!...Mas, não é qualquer segredo, é um segredo dele, pessoal, que se vier a público, então, o julgaram. Por isso, que por último, e finalizando, ele coloca o medo. Daí, podemos deduzir muitas coisas, mas talvez, o mais evidente, seria a homossexualidade que ele tem vergonha e o esconde.Agora, se tu pesquisar sobre o autor, verá que ele foi homossexual. Esse poema é de Caio Fernando Abreu, que por sinal, é um baita escritor.Também note, que ele cita no poema, sobre o livro de Toynbee sobre os degraus. O que ele quis dizer é que a história do segredo dele ficou nos degraus, está ali, escondida e ninguém saberá. Toynbee foi um historiador que faleceu em outubro de 1975. Aí, podes deduzir, que ele também citou de forma indireta, colocando o ano no começo, mas dando luzes ao mês de dezembro, que por sinal, talvez seria uma data especial para o escritor.

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