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Carta dos marinheiros enviada ao presidente Hermes da Fonseca, declarando que não podiam “mais suportar a escravidão na Marinha brasileira”.
Il.mo e Ex.mo Sr. Presidente da República Brasileira
Cumpre-nos comunicar a V. Ex.a, como Chefe da Nação brasileira:
Nós, marinheiros, cidadãos brasileiros e republicanos, não podendo mais suportar a escravidão na Marinha brasileira, a falta de proteção que a Pátria nos dá; e até então não nos chegou; rompemos o negro véu que nos cobria aos olhos do patriótico e enganado povo (...) Durante vinte anos de República ainda não foi bastante para tratar-nos como cidadãos fardados em defesa da Pátria, mandamos esta honrada mensagem para que V. Ex.a faça aos marinheiros brasileiros para possuirmos os direitos sagrados que as leis da República nos facilita, acabando com a desordem e nos dando outros gozos que venham engrandecer a Marinha brasileira (...) A fim de que desapareça a chibata, o bolo e outros castigos semelhantes (...) Tem V. Ex.a o prazo de 12 horas para mandar-nos a resposta satisfatória, sob pena de ver a Pátria aniquilada. Bordo do encouraçado São Paulo, em 22 de novembro de 1910.
Após a leitura da carta acima é possível perceber as prática disciplinares impostas pela oficialidade somadas ao racismo. Analise as afirmativas abaixo marcando Verdadeiro ou Falso e a assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
( ) A maioria dos marinheiros a bordo dos navios envolvidos na Revolta Chibata eram predominantemente analfabetos e negros e representavam as primeiras gerações de filhos e de netos de ex-escravos ou dos nascidos a partir da Lei do Ventre Livre (28 de setembro de 1871).
( ) A Marinha havia se acomodado á forma atrasada de punição, mantendo a chibata de forma equivocada “como tradição do passado para manter a ordem naquele ambiente, contra todos os marujos que violassem as regras da corporação.
( ) Consoante com o código disciplinar vigente na Marinha, as faltas graves seriam penalizadas com “25 chibatadas, no mínimo”, quantidade frequentemente ultrapassada.
( ) A revolta foi um protesto contra o trabalho excessivo, os baixos salários, o recrutamento forçado e os castigos corporais sofridos pelos marinheiros, reproduzindo as discriminações sociais ainda existentes na sociedade brasileira.
( ) A Revolta da Chibata foi um confronto dos marinheiros com o Exército Brasileiro de fundo sócio religioso, onde os marinheiros recusaram o novo regime alegando ser um instrumento do anticristo.
a)V, F, F, V, V
b)F, F, V, V, F
c)V, V, F, V, F
d)F, F, F, V, V
e)V, F, V, F, F
Soluções para a tarefa
Resposta & Explicação:
Letra C
Os quase 75% dos marinheiros a bordo dos navios envolvidos na Revolta da Chibata eram predominantemente analfabetos e negros.
O castigo físico em questão era a chibatada, praticada pela Marinha contra todos os marujos que violassem as regras da corporação. Relatos contam que, pouco antes da revolta, durante uma viagem nas proximidades da costa chilena, os marujos haviam demonstrado insatisfação com a punição dedicada a um marujo. Além disso, há de se considerar que os contatos dos marujos no estrangeiro também fortaleceram essa insatisfação se considerarmos que outras Marinhas de outras nações não possuíam a mesma prática com os marujos. Também se deve considerar que, cerca de um ano antes da revolta, o líder do motim, João Cândido, havia estado na Inglaterra e tido conhecimento dos acontecimentos do Encouraçado Potemkin, em que marujos russos rebelaram-se contra o governo de seu país.