Question

Mas um velho, d’aspeito venerando, ; Que ficava nas praias, entre a gente, ; Postos em nós os olhos, meneando ; Três vezes a cabeça, descontente , ; A voz pesada um pouco alevantando, ; Que nós no mar ouvimos claramente, ; C(u)m saber só d’experiências feito, ; Tais palavras tirou do experto peito: ; - Ó glória de mandar, ó vã cobiça ; Desta vaidade a quem chamamos Fama! ; Ó fraudulento gosto, que se atiça ; Cüa aura popular, que honra se chama! ; Que castigo tamanho e que justiça ; Fazes no peito vão que muito te ama! ; Que mortes, que perigos, que tormentas, ; Que crueldades neles experimentas! ; [...] ; A que novos desastres determinas ; De levar estes Reinos e esta gente? ; Que perigos, que mortes lhe destinas, ; Debaixo dalgum nome preminente? ; Que promessas de reinos e de minas ; D’ouro, que lhe farás tão facilmente? ; Que famas lhe prometerás? Que histórias? ; Que triunfos? Que palmas? Que vitórias? CAMÕES, L. V. de. Os Lusíadas. O excerto anterior da obra Os Lusíadas é proferido pelo Velho do Restelo, episódio notório do poema por apresentar uma crítica à expansão marítima portuguesa. Assim, analise as afirmações a seguir: I. Na obra Os Lusíadas, a História de Portugal é recontada de modo épico, grandiloquente e elogioso, sem desconsiderar aspectos críticos à expansão ultramarina portuguesa. II. O verso “C(u)m saber só d’experiências” indica respeito do narrador a fala do personagem. III. Apesar do respeito ao Velho do Restelo, o narrador aponta que é um eremita deslocado da população e seus problemas. IV. As perguntas feitas nos quatro últimos versos são retóricas. Estão corretas:

Answer 1

Resposta:

apenas a letra I ta certa