Mas a Cruzada marca o fim perverso da reversão da atitude dos cristãos diante da guerra. Profundamente pacifistas, segundo os preceitos do Evangelho, eles acabam pouco a pouco por aceitar a guerra e, com a Cruzada, a sacralizá-la. Assim, se desde o princípio o Alcorão fez do Jihad, sob diversas formas, um dos deveres dos muçulmanos, quatro séculos mais tarde o cristão age de modo semelhante. Vejo de algum tempo para cá os historiadores ocidentais das Cruzadas se tornando mais sensíveis à violência dos cruzados. A mais nefasta consequência das Cruzadas medievais parece ser a persistência da ideia de Cruzada na mentalidade ocidental, e a justificativa tardia que ela oferece hoje ao belicismo e ao terrorismo em alguns meios muçulmanos. LE GOFF, J. Prefácio. In: Uma longa Idade Média. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008, p. 18. No trecho acima o medievalista francês Jacques Le Goff, analisa o fenômeno das Cruzadas. Na perspectiva desse medievalista, as Cruzadas Escolha uma: a. Tiveram sua configuração radicalmente modificada ao longo do tempo, pelo que não se deveria usar o termo cruzada, por caracterizar anacronismo. b. São compreendidas como um acontecimento essencialmente religioso, que tinha por objetivo a reconquista da Jerusalém terrena antes de se alcançar a Jerusalém celeste. c. Foram um movimento promovido por cristãos e muçulmanos, que visava à libertação da Terra Santa para os primeiros, e à expansão para o Ocidente para os segundos. d. Tiveram motivos socioeconômicos, e objetivavam resolver, principalmente, o problema da explosão demográfica, tanto na Europa Ocidental quanto no Oriente Médio islamizado. e. São um fenômeno atravessado por múltiplas historicidades e que, portanto, precisam ser analisadas em cada contexto, inclusive ao longo da Idade Média.
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Na perspectiva desse medievalista, as Cruzadas:
e. São um fenômeno atravessado por múltiplas historicidades e que, portanto, precisam ser analisadas em cada contexto, inclusive ao longo da Idade Média.
> As Cruzadas marcam o início da atividade dos cristãos na guerra, com o objetivo de retomar a Terra Santa (Jerusalém), que estava sob o domínio muçulmano.
Segundo o medievalista francês Jacques Le Goff, alguns historiadores têm justificando a violência dos cruzados, e grupos extremistas islâmicos têm usado as Cruzadas como justificativa para o belicismo e terrorismo, num sentimento de revanche tardia.
Por isso, é preciso analisar as Cruzadas em diferentes contextos, pois há diferentes realidades históricas envolvidas.
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