Filosofia, perguntado por plv28, 3 meses atrás

Marsílio de Pádua foi corajosamente crítico da visão religiosa medieval que pensava política a partir da fé
cristã. Para ele, “o poder de uma comunidade política não viria de Deus”. Após a leitura do texto “A política é
humana”, APONTE a origem do poder político (relacionado aos Estados e governos) segundo Marsílio de Pádua.

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Respondido por projuartesvisuais
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Resposta:

Marsílio de Pádua (1275-80 - 1342-43), autor de "Defensor Pacis", foi um filósofo, pensador político, médico e teólogo italiano.

Defende que o ideal seria um governo eleito pelo povo, sem a interferência do poder religioso que, de acordo com sua experiência pessoal, seria uma interferência negativa, pois, conforme observara, a Igreja corrupta da época queria, sempre, apenas a aumentar o poder de alguém sem pensar no bem das comunidades.

Desse modo, foi, depois dos depois dos filósofos gregos, um dos primeiros homens a lançar as bases escritas do conceito de democracia.

Explicação:

Em 1324, publicou a obra intitulada como "O Defensor pacis" (Defensor da Paz), na qual, entre outras coisas, ele expôs reflexões sobre a origem da lei.

Sua tese era de que a paz era a base indispensável do estado e uma condição essencial às comunidades humanas. Portanto, a necessidade do Estado não se originava de propósitos ético-religiosos, mas da natureza humana que buscaria melhores condições de vida.

Desta busca teriam surgido as diversas comunidades, da menor à maior e mais complexa. A ordem seria necessária às comunidades para garantir sua coexistência e o exercício de suas funções. Ele entendia que esse requisito possui características puramente humanas que não respondem a propósitos éticos, mas civis, contingentes e históricos.

Na base da ordem estaria a vontade comum dos cidadãos, que seria superior a qualquer outra vontade.

Seria a vontade dos cidadãos que concederia ao governo o poder para impor à lei. Portanto seria um poder delegado, exercido em nome da vontade popular.

Desse modo, sustentava que a autoridade política não decorria de Deus ou do Papa, mas do povo. Nesse contexto, defendeu que os bispos fossem eleitos por assembleias eclesiais e que o poder do Papa fosse subordinado aos Concílios.

Trata-se de uma dos primeiros estudiosos a distinguir e separar a lei da moralidade, declarando que a primeira relaciona-se com a vida civil e a segunda com consciência, sendo, portanto um precursor do renascimento. Um novo conceito de Estado, independente da autoridade eclesiástica, é o grande mérito de Marsílio.

Defende uma reforma na Igreja Católica, contra a rígida hierarquia imposta por bispos e papas e defende o retorno do clero àquela pobreza evangélica tão cara a algumas seitas reformistas às quais ele certamente conhecia e compreendia o pensamento. Desse modo, lutou contra a corrupção desenfreada na Igreja de sua época.

Outro aspecto foi o fato de utilizar uma terminologia sempre rigorosa e exaustiva, superior às formas de retórica que eram características dos autores medievais.

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