Manuscrito encontrado numa garrafa
Edgar Alan Poe
[...] Tudo em volta do navio é negro como as trevas da noite eterna, em meio a um caos de águas sem espuma. Mas, a cerca de uma légua, em cada lado do navio podem-se ver indistintamente, a intervalos, estupendas montanhas de gelo que se erguem qual torres para o céu desolado, como se fossem as muralhas do Universo.
Como eu tinha imaginado, uma corrente marítima impele o navio, se é que assim se pode designar adequadamente uma onda que, rugindo e uivando pelo alvo gelo, reboa em direção ao sul com velocidade igual à da queda vertiginosa de uma catarata.
[...]
A tripulação anda pelo convés com passos inquietos e trêmulos; mas em seu semblante há alguma coisa mais próxima da ansiedade da esperança do que da apatia do desespero.
Enquanto isso, o vento sopra ainda pela popa e, como navegamos com todas as velas enfunadas, o navio por vezes é fisicamente suspenso acima das águas! Oh, horror dos horrores! O gelo se abre de repente à direita e à esquerda e rodopiamos vertiginosamente em imensos círculos concêntricos, em torno das bordas de um gigantesco anfiteatro, cujos muros se perdem no alto da escuridão e da distância. Mas pouco tempo me resta para pensar em meu destino! Os círculos cada vez se estreitam mais... estamos mergulhando loucamente nas garras de um redemoinho... em meio ao rugido, bramido e trovejar do oceano e da tempestade, o navio estremece... oh, meu Deus!... e começa a afundar!
POE, Edgar Alan. Manuscrito encontrado numa garrafa. In: BARRETO, Lima et al, Histórias fantásticas. Tradição de José Rubens Siqueira. São Paulo: Ática, 2003.p.29-30. (Para gostar de ler 21).
Compreensão
O texto de Edgar Allan Poe foi escrito no século XIX. O uso de comparações era uma característica muito comum dos textos de ficção dessa época. Por meio delas buscava-se provocar mais emoção no leitor.
1. Releia o trecho a seguir, observando principalmente as comparações destacadas:
Tudo em volta do navio é negro como as trevas da noite eterna, em meio a um caos de águas sem espuma. Mas, a cerca de uma légua, em cada lado do navio podem-se ver indistintamente, a intervalos, estupendas montanhas de gelo que se erguem qual torres para o céu desolado, como se fossem as muralhas do Universo.
Responda:
Que tipo de sensação essas expressões causam ao leitor?
Se você tivesse que “traduzir" para leitores de sua idade esse trecho, como faria isso? Reescreva o trecho adaptando-o para uma linguagem mais jovem e atual.
2. Relea outro trecho:
Como eu tinha imaginado, uma corrente marítima impele o navio, se é que assim se pode designar adequadamente uma onda que, rugindo e uivando pelo alvo gelo, reboa em direção ao sul [...]
O que pode significar o termo impele? Procure deduzir pelo contexto. Se não conseguir recorra ao dicionário.
Nesse trecho o narrador caracteriza a onda como um ser vivo. Transcreva as palavras ou expressões que causam essa impressão.
3. Releia.
Os círculos cada vez se estreitam mais… estamos mergulhando loucamente as garras de um redemoinho... em meio ao rugido, bramido e trovejar do oceano e da tempestade, o navio estremece... oh, meu Deus!...
Nesse trecho, as reticências foram empregadas várias vezes. Que tipo de efeito elas podem causar no leitor?
Soluções para a tarefa
Respondido por
0
oque como assim mano?????
Explicação:
como assim?????
isabellibarbosa09891:
????
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