Manifesto Futurista Filippo Tommaso Marinetti* | 1909 1. Queremos cantar o amor ao perigo, o hábito da energia e da temeridade. 2. A coragem, a audácia e a revolta serão os elementos essenciais da nossa poesia. 3. Até agora a literatura refletiu a imobilidade melancólica, o êxtase e o sono. Nós queremos exaltar o movimento agressivo, a insônia febril, a corrida, o salto mortal, o soco e o tapa. 4. Declaramos que o esplendor do mundo se enriqueceu de uma nova beleza: a beleza da velocidade. Um automóvel de corrida cuja carroceria é adornada por grandes tubulações como serpentes de alento explosivo… um automóvel que ruge, que parece correr acima da metralha, é mais belo do que a Vitória de Samotrácia. 5. Queremos cantar o homem ao volante, cuja lança ideal atravessa a Terra, ela própria lançada no circuito de sua órbita. 6. É preciso que o poeta se consuma de ardor, esplendor e prodigalidade, a fim de aumentar o fervor entusiástico dos elementos primordiais. 7. Só há beleza na luta. Não existe obra-mestra sem um caráter agressivo. A poesia deve ser um ataque violento contra as forças desconhecidas, para fazer com que se prostrem diante do homem. 8. Nós estamos sobre o promontório extremo dos séculos!… De que vale olhar para trás, no momento em que nos cabe arrebentar os portais misteriosos do Impossível? O Tempo e o Espaço morreram ontem. Agora vivemos no absoluto, pois já criamos a velocidade eterna e onipresente. 9. Queremos glorificar a guerra – a única higiene do mundo –, o militarismo, o patriotismo, o gesto destruidor dos anarquistas, as belas ideias pelas quais se morre, e o desprezo pela mulher. 10. Queremos demolir os museus, as bibliotecas, combater o moralismo, o feminismo e todas as covardias oportunistas e utilitárias. 11. Cantaremos as grandes multidões agitadas pelo trabalho, o prazer ou a revolta; as multicoloridas e polifônicas marés revolucionárias nas capitais modernas; a vibração noturna dos arsenais e dos estaleiros incendiados por violentas luas elétricas; as estações ferroviárias vorazes devorando serpentes que fumam; as fábricas suspensas nas nuvens pelos fios de suas fumaças; as pontes lançadas, como saltos de ginastas, sobre rios ensolarados que brilham como uma cutelaria diabólica; os paquetes aventureiros farejando o horizonte; as locomotivas de peito largo, que batem as patas nos trilhos, como enormes cavalos de aço embridados por longos tubos; e o voo deslizante dos aeroplanos, cujas hélices estalam ao vento como bandeiras e aplaudem como uma multidão entusiasta. 15) (0,50) Em que momento Marinetti se mostra mais reacionário?
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Oi, tudo bem?
Boa sorte na atividade!
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