Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão na altura,
Triste de facha", o mesmo de figura,
Nariz alto no meio, e não pequeno;
Incapaz de assistir num só terreno,
Mais propenso ao furor do que a ternura;
Bebendo em niveas"? mãos, por taça escura,
De zelos infernais letal veneno;
Devoto incensador de mil deidades
(Digo, de moças mil) num só momento,
E somente no altar amando os frades;
Eis Bocage, em quem luz algum talento;
Sairam dele mesmo estas verdades,
Num dia em que se achou mais pachorrento.
Manuel Maria Barbosa do Bocage, Poesias de Bocage, 2" edição, Seara Nova e Ed. Comunicação, 1981
1. Embora se trate de um autorretrato, o sujeito poético fala de si próprio na 3 pessoa. Em que momento
do poema ele revela a sua identidade?
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Resposta:
"eis bocage"? ;--------;
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