Português, perguntado por kethlen4366, 9 meses atrás

machado de Assis escreve a Quintino Bocaiúva por que
(a) sentiu necessidade de desabafar com o amigo
(b) tem pelo o autor uma enorme admiração
(c) não é reconhecido pela crítica
(d) o considera uma autoridade literária​

Soluções para a tarefa

Respondido por Brsts23
34

Resposta:

Letra (A)

Explicação:

Respondido por josienedettmann
11

Resposta:

letra (a)sentiu-se necessidade de desabafar com o amigo

Explicação:

Meu amigo,

Vou publicar as minhas duas comédias de estréia; e não quero fazê-lo sem o conselho da tua competência.

Já uma crítica benévola e carinhosa, em que tomaste parte, consagrou a estas duas composições palavras de louvor e animação.

Sou imensamente reconhecido, por tal, aos meus colegas da imprensa.

Mas o que recebeu na cena o batismo do aplauso pode, sem inconveniente, ser trasladado para o papel? A diferença entre os dois meios de publicação não modifica o juízo, não altera o valor da obra?

É para a solução destas dúvidas que recorro à tua autoridade literária.

O juízo da imprensa via nestas duas comédias - simples tentativas de autor tímido e receoso. Se a minha afirmação não envolve suspeitas de vaidade disfarçada e mal cabida, declaro que nenhuma outra ambição levo nesses trabalhos. Tenho o teatro por coisa muito séria e as minhas forças por coisa muito insuficiente; penso que as qualidades necessárias ao autor dramático desenvolvem-se e apuram-se com o tempo e o trabalho; cuido que é melhor tatear para achar; é o que procurei e procuro fazer.

Caminhar destes simples grupos de cenas - à comedia de maior alcance, onde o estudo dos caracteres seja consciencioso e acurado, onde a observação da sociedade se case ao conhecimento prático das condições do gênero, - eis uma ambição própria de ânimo juvenil e que eu tenho a imodéstia de confessar.

E tão certo estou da magnitude da conquista, que me não dissimulo o longo estádio que há de percorrer para alcançá-la. E mais. Tão difícil me parece este gênero literário que, sob as dificuldades aparentes, se me afigura que outras haverá, menos superáveis e tão sutis, que ainda as não posso ver.

Até onde vai a ilusão dos meus desejos? Confio demasiado na minha perseverança. Eis o que espero saber de ti.

E dirijo-me a ti, entre outras razões, por mais duas, que me parecem excelentes: razão de estima literária e razão de estima pessoal. Em respeito à tua modéstia, calo o que te devo de admiração e reconhecimento.

O que nos honra, a mim e a ti, é que a tua imparcialidade e a minha submissão ficam salvas da mínima suspeita. Serás justo e eu dócil; terás ainda por isso o meu reconhecimento; e eu escapo a esta terrível sentença de um escritor: "Les amitiés qui ne résistent pas à la franchise, valent-elles un regret?"

Teu amigo e colega,

MACHADO DE ASSIS

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