Machado de Assis (1839-1908), em 1881, publicou Memórias Póstumas de Brás Cubas. Na abertura, Brás Cubas, o defunto-narrador-autor pronuncia-se sobre a obra.
Óbito do autor
Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no introito, mas no cabo: diferença radical entre este livro e o Pentateuco.
ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. 28 ed. São Paulo: Ática, 2002.
Neste fragmento, o autor utiliza-se predominantemente de uma função da linguagem para Brás Cubas comunicar-se. É ela:
1) apelativa
2) emotiva
3) poética
4) referencial
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