Luís quer beber: o nobre que o serve proclama: “Bebida
para el-rei”. Faz uma reverência, vai ao bufê tomar de um
cortesão a bandeja de ouro com o copo e as garrafas-d’água
e vinho, retorna entre dois domésticos. Depois de nova
reverência, os servidores provam as bebidas em taças de
vermeil (velho hábito, para ver-se se não há veneno); o
fidalgo inclina-se, apresenta o copo e as garrafas. O próprio
rei serve-se da bebida (Luís XIV nunca tomava puro o vinho).
E o fidalgo, depois de curvar-se pela quarta vez, devolve a
bandeja ao doméstico, que a repõe ao bufê.
RIBEIRO, R. J. A etiqueta no Antigo Regime.
São Paulo: Brasiliense, 1987. p. 75.
A etiqueta do Antigo Regime, descrita no texto, evidencia a
estratégia real de
A. reforçar os papéis da nobreza para controlar a
população.
B. divulgar regras para doutrinar o povo nas relações
oficiais.
C. controlar a Corte para angariar apoio contra os
opositores.
D. consolidar um protocolo para visibilizar a hierarquia
social.
E. evidenciar o Estado para legitimar a divindade do
monarca.
Soluções para a tarefa
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É correta a alternativa D, já que a forma, extremamente rígida, como a Corte (que era composta pela Alta Nobreza) prestava as suas reverências ao Rei era uma espécie de "ensaio" de como os camponeses deveriam se comportar em relação aos Nobres.
Isto estabelecia uma hierarquia social rígida, da qual ninguém poderia escapar (salvo o próprio Rei, que era o "centro" dessa vida social), e que era base ideológica e justificativa para a manutenção das desigualdades sociais estruturais e históricas que existiam no Antigo Regime.
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