Lidar com o sentimento de fracasso e com a sensação de que o trabalho com a assembleia escolar é uma perda de tempo é uma situação mais comum do que se pode imaginar (PUIG, 2000). O trabalho com a assembleia escolar é complexo e leva um tempo até que produza resultados. As pessoas envolvidas nesse projeto não podem perder de vista os princípios sobre os quais ela funciona: o protagonismo dos estudantes, a cooperação, o uso do diálogo enquanto ferramenta para a construção de uma convivência harmoniosa e para a resolução de conflitos e o desenvolvimento de valores pautados em princípios democráticos. Entretanto, quando se perde de vista esses princípios durante a implementação da assembleia escolar, a tendência é que ela não produza os resultados esperados, gerando os sentimentos mencionados no início: sensação de fracasso e de perda de tempo.
Você tem um colega que trabalha em uma escola que está implementando as assembleias escolares. Em uma conversa, ele fez o seguinte relato, que evidencia o que ele sente a respeito da assembleia escolar:
Qual é o objetivo da assembleia escolar? Indique no mínimo quatro ações que você poderia propor para ajudar o seu colega no desenvolvimento da assembleia escolar de forma a alcançar os objetivos idealizados para ela:
Soluções para a tarefa
Resposta:
O objetivo da assembleia escolar é proporcionar um espaço para que sejam desenvolvidos valores baseados em princípios democráticos usando o diálogo como ferramenta para isso. Esse é um trabalho que gasta tempo e energia, pois, na assembleia escolar, os alunos vivenciam na prática a aplicação de princípios como o respeito pelo outro, o saber ouvir, a solidariedade e a cooperação. Como a escola geralmente não buscava desenvolver essas habilidades nos alunos, leva tempo até que eles se habituem a dialogar para construir soluções para os conflitos apresentados.
Considerando os pontos mencionados, poderiam ser propostas as seguintes ações:
1) Retomar o trabalho de mobilização dos estudantes, programando momentos que os levassem a refletir a respeito da importância de se construir uma convivência pautada em princípios democráticos.
2) Puig (2000) aponta que muitas vezes a falta de clareza nos acordos estabelecidos leva ao seu não cumprimento. “Não atrapalhar a aula” é algo que não é facilmente aplicável, aparece mais como um propósito, e não como comportamento concreto a ser colocado em prática. Seria melhor utilizar proposições como “não chamar o colega durante a fala do professor” ou “ não levantar do seu lugar durante a explicação do professor”.
3) Outra questão que leva ao não cumprimento dos acordos é o conhecimento insuficiente a respeito do que foi acordado. Por essa razão, é importante que os acordos feitos sejam divulgados e expostos em um lugar de fácil acesso e visualização para todos.
4) O professor precisa também ajustar o seu ponto de vista a respeito da assembleia escolar. O objetivo dela não é melhorar a disciplina ou evitar que surjam conflitos, mas sim proporcionar a vivência de valores democráticos por meio do diálogo e da cooperação. Por essa razão, como mencionado por Puig (2000), mesmo que o grupo não consiga de início cumprir os acordos, a vivência de um momento de encontro em que se buscam soluções para problemas por meio do diálogo já terá valido a pena. Quando os alunos, por meio da vivência do diálogo como ferramenta para a construção de vivências mais democráticas, conseguem desenvolver a empatia e a solidariedade, percebendo que eles são protagonistas, os resultados começam a aparecer.
Explicação: