Ler texto para responder a pergunta:
O maior, o melhor
Há algum tempo um jornal de grande circulação promoveu
uma enquete para saber qual é o maior escritor brasileiro,
se Machado de Assis ou se Guimarães Rosa. Parece
que antes de mais nada já não haveria qualquer dúvida sobre
os dois maiores, cabendo apenas hierarquizá-los. Essa mania
de o maior, o melhor está cada vez mais incorporada ao competitivo
mundo moderno. Trata-se de eleger logo um absoluto,
um superlativo, numa espécie de torneio promovido a propósito
de tudo: o melhor cantor, o melhor atacante, o maior empresário,
o maior bandido...
Muito sabiamente, o poeta Manuel Bandeira resolveu logo
a parada, declarando-se já de saída um “poeta menor”, e
ainda pediu desculpas por isso. Convivendo com a tuberculose
desde adolescente, nosso poeta conviveu também com a alta
probabilidade de uma morte precoce − e a morte, como se sabe,
costuma relativizar tudo. Ela não respeita nem os maiores,
nem os melhores. Qualquer hierarquia perde o sentido diante
dela. E justamente por se saber “menor”, isto é, mortal, humano,
falível, limitado, o poeta Manuel Bandeira acabou fazendo de
suas pequenas experiências uma grande e comovente poesia.
Ele poderia ser exemplo para todos os que corremos
atrás do primeiro lugar, do prêmio máximo, do recorde mundial.
Essa tolice de achar que a felicidade está no topo do Everest e
em nenhum outro lugar alimenta a máquina de ansiosos em que
a nossa sociedade se converteu. Quem fica de olho no máximo
perde toda a graça do mínimo, que é onde, afinal, se aloja a felicidade
possível. Os pequenos momentos, os detalhes da afetividade,
as palavras simples e necessárias, os gestos minúsculos
mas imprescindíveis jamais ganharão um prêmio Nobel. E
no entanto está nessa aparente pequenez, não tenho dúvida, o
que pode dar sentido à nossa vida.
(Agostinho Rubinato, inédito)
9. O texto mostra que há uma íntima conexão entre:
(A) a necessidade de se hierarquizar tudo e a simplicidade
da poesia de Manuel Bandeira.
(B) a disputa entre Machado de Assis e Guimarães
Rosa e a falta de sentido do prêmio Nobel.
(C) a obsessão pelos superlativos e a competitividade
do mundo moderno.
(D) o destemor diante da morte e a procura do sucesso
a qualquer preço.
(E) o prestígio do sucesso máxim
Soluções para a tarefa
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(A) a necessidade de se hierarquizar tudo e a simplicidade da poesia de Manuel Bandeira.
scapedznscape:
Amigo eu fiz uma consulta em gabaritos oficiais e a resposta foi C. Poderia justificar como chegou nessa resposta?
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