Question

[...] Lembrarei sempre com toda a clareza porque foi muito simples e sem circunstâncias inúteis. Irene estava tricotando no seu quarto, por volta das oito da noite, e de repente tive a ideia de colocar no fogo a chaleira para o chimarrão. Andei pelo corredor até ficar de frente à porta de mogno entreaberta, e fazia a curva que levava para a cozinha quando ouvi alguma coisa na sala de jantar ou na biblioteca. O som chegava impreciso e surdo, como uma cadeira caindo no tapete ou um abafado sussurro de conversa. Também o ouvi, ao mesmo tempo ou um segundo depois, no fundo do corredor que levava daqueles quartos até a porta. Joguei-me contra a parede antes que fosse tarde demais, fechei-a de um golpe, apoiando meu corpo; felizmente a chave estava colocada do nosso lado e também passei o grande fecho para mais segurança. Entrei na cozinha, esquentei a chaleira e, quando voltei com a bandeja do chimarrão, falei para Irene: — Tive que fechar a porta do corredor. Tomaram a parte dos fundos. [...] Levando em consideração o texto apresentado, é correto afirmar que o trecho "Tomaram a parte dos fundos" revela que: a) não se sabe ao certo quem invadiu a casa. b) o jardim da casa foi invadido por crianças. c) ladrões tomaram a casa e trancaram a porta de acesso a ela. d) o narrador invadiu a casa. e) o quintal da casa foi invadido por vizinhos. CORTAZAR, Júlio. A casa tomada. Disponível em: . Acesso em: 31 out. 2012. Fragmento.

Answer 1

Letra a.

A presença da frase "tomaram a porta dos fundos" nos permite compreender que não se sabe ao certo que foi o responsável por realizar tal invasão. Isso está relacionado com o sujeito presente na frase.

O sujeito, certamente é o indeterminado, que é colocado em terceira pessoa do plural, além disso, este não faz referência a nenhuma outra pessoa que está presente no discurso, portanto, sabe-se que de fato ele existe, entretanto, não pode ser determinado.