Leitura sem livraria?
Leitores gostam de livrarias. Leitores se alegram quando descobrem uma nova livraria. Leitura e livraria sempre estiveram unidas na vivência do leitor. Mas em diversos países, especialmente nos Estados Unidos, os livros digitais e as vendas pela internet introduzem novos elementos nessa relação. E isso tem levado a uma grande interrogação: será eterna a união entre livraria e literatura "apenas enquanto dure"? E o Brasil, que nunca teve muitas livrarias, também passará por essa ruptura?
Segundo a Associação Nacional de Livrarias, o Brasil tem hoje 3.095 livrarias, o que representa uma livraria para cada 64.954 habitantes. A Unesco recomenda que haja uma livraria para cada 10 mil habitantes. Entre as capitais, Belo Horizonte é a que tem melhor proporção: uma loja física para 13.848 habitantes. Em segundo lugar está Porto Alegre, com uma livraria para 14.913 habitantes. São Paulo, a cidade com o maior número de livrarias ( 335 unidades ), tem uma proporção bem menos favorável ao leitor: 35.664 habitantes para cada livraria. É quase um Estádio do Pacaembu cheio ( 40 mil pessoas ) para uma única loja de livros.
Os dados sobre as livrarias refletem também as diferenças entre as regiões. Na Sudeste, estão 55% das livrarias. Vem seguida pela Região Sul, onde estão localizados 19% das livrarias. A Nordeste está na terceira colocação, com 16% das lojas. A Região Centro-Oeste, incluindo o Distrito Federal, tem 6%. Em último lugar está a Norte, com 4% das livrarias.
O cenário nacional de poucas livrarias - e consequentemente, pouca leitura - não chega a ser uma novidade. O brasileiro lê, em média, 4 livros por ano. A novidade são os desafios, em especial a internet, que se configura como um grande ponto de interrogação para as livrarias. Jason Merkoski, especialista em livros digitais e que trabalhou na Amazon, afirmou ao Estado que "as lojas de livros não conseguirão sobreviver e vão desaparecer". Cita a experiência norte-americana e japonesa: "Uma vez que as pessoas consigam encontrar 80% dos títulos que buscam no digital, a chance de que elas migrem para e-books é de 100%". Em sua opinião, essa mudança ocorre, em média, depois de três anos que os livros digitais estão disponíveis em um país.
Já há alguns anos a experiência das livrarias nós Estados Unidos gera apreensão no mundo. Num primeiro momento, o crescimento das grandes cadeias de livrarias levou à bancarrota milhares de pequenas livrarias. Posteriormente, em 2011, as próprias megalojas enfrentaram dificuldades; por exemplo, a Waterstones e a Barnes & Noble. Esta última, com grande presença na internet, teve de fechar uma das suas mais representativas lojas em Nova York. Caso mais drástico foi o do Grupo Borders, que à época pediu concordata. A crise norte-americana está ainda longe de ser superada. Causas não faltam para o cenário de lá: a crescente presença dos e-readers ( e tablets ), a venda de livros impressos pela internet, a entrada dos hipermercados na venda de livros ( com foco em best-sellers e vendas pela internet ) e problemas administrativos.
Com intensidade diversa, esses fenômenos podem ser observados no Brasil. No entanto, o setor livreiro nacional prevê que as vendas virtuais, ainda que afetem as lojas físicas, não chegarão a suprimi-las. O setor continua acreditando que as livrarias físicas preservarão a sua relevância e o seu atrativo, já que oferecem uma experiência cultural única.
Por ocasião da crise das livrarias nos EUA, Scott Eyman, escritor e crítico literário, comentava assim a sua importância para a leitura: "Nunca foi difícil comprar um livro que já queríamos, e agora está ainda mais fácil e mais barato. Mas será cada vez mais complicado comprar um livro que não sabíamos que queríamos até nos depararmos com ele. E esta sempre foi a função da livraria, que te permitia descobri-los".
Pelo número de livrarias no País, há espaço para o setor crescer. A dúvida é se o mercado de livros digitais - que vem crescendo no Brasil, mas ainda é pouco significativo quando se compara com outros países - mudará essa equação. Se for pela vontade dos leitores, que as livrarias durem para sempre.
Observação:
• Bancarrota: falência.
• Concordata: acordo feito entre comerciante e credor para evitar uma falência.
Atividades:
1 - O texto lido é um editorial e, por esse motivo, apresenta, em sua introdução, um ponto de vista sobre um tema ou assunto.
a ) Identifique o tema discutido nesse texto.
b ) O editorial apresenta o posicionamento do jornal ou revista que o assina. Qual é a posição do jornal O Estado de S. Paulo sobre o tema proposto?
c ) Em qual( is ) parágrafo( s ) identifica-se a introdução do texto? Explique.
Desde já obrigada pela ajuda!
Soluções para a tarefa
Resposta:
Explicação:
Olá, tudo bem?
O exercício é interpretação de texto.
Atividades:
1 - O texto lido é um editorial e, por esse motivo, apresenta, em sua introdução, um ponto de vista sobre um tema ou assunto.
a ) Identifique o tema discutido nesse texto.
As livrarias irão desaparecer?
b ) O editorial apresenta o posicionamento do jornal ou revista que o assina. Qual é a posição do jornal O Estado de S. Paulo sobre o tema proposto?
Que as livrarias vão ficar.
c ) Em qual( is ) parágrafo( s ) identifica-se a introdução do texto? Explique.
segundo, terceiro, quarto, quinto, porque apresentam dados.
Saiba mais sobre interpretação de texto, acesse aqui:
https://brainly.com.br/tarefa/25111030
Sucesso nos estudos!!!
"Saiba os lugares onde mais choveu em Pernambuco nas últimas 24 horas."
a ) Qual pronome relativo foi usado nessa manchete?
b ) Esse pronome relativo é empregado para substituir qual termo na manchete?
c ) O que o termo substituído pelo pronome relativo indica? Assinale a opção correta.
( ) Lugar concreto. ( ) Situação.
Por favor me ajuda, esse exercício é para amanhã!
a) O tema que está sendo discutido neste editorial do texto em questão é entre a relação da leitura em meios digitas e também físicos, pois o segundo tipo de leitura parece estar diminuindo constantemente.
Segundo a opinião do narrador do texto ainda no primeiro parágrafo, temos uma comparação entre o método de leitura no Brasil e nos Estados Unidos, pois no país norte-americano as pessoas estão cada vez mais lendo conteúdos digitais mesmo com a existência de livrarias.
b) A posição do jornal "O Estado de São Paulo" sobre o tema proposto é que as pessoas não somente leiam conteúdos diferenciados apenas em termos tecnológicos e digitais, m as que elas também procurem por ler materiais em livros físicos.
C) A introdução de um texto sempre será evidenciada ainda no seu primeiro parágrafo, com uma síntese de informações a respeito de um enunciado ou tema.
O editorial sendo o gênero textual da questão
Como um tipo de recado para os leitores, o autor deste texto inferiu para eles sobre os elementos que cercam a leitura de maneira geral, fazendo um paralelo entre a leitura de livros e também de meios digitais.
No editorial, a expressão de argumentações e opiniões são predominantes, juntamente de uma linguagem formal e padrão, seguindo as da regra da norma culta da língua.
Saiba mais sobre o editorial em: brainly.com.br/tarefa/27609543
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