Leia um trecho do romance Reprodução, do autor carioca Bernado Carvalho. Ele trata de uma estranha confusão na qual se envolveu o protagonista, produtor da fala a seguir, detido pela Polícia Federal no momento em que pretendia embarcar para Pequim, na China.
[...] O senhor tem um jeito gozado de falar. Não, mas o vocabulário não seria um pouco anacrônico? Ah, vai! Claro que sabe! Ultrapassado. Não, não. Ofensa nenhuma. Não, não tomei nada. Também não. Sou assim mesmo. Fico nervoso com aeroporto. Já estou mais calmo. Estou calmíssimo. Pode deixar. Do começo. Certo. Então, ela me recebeu cantando huan ying, huan ying. Tem mais da música: gao xing wo jian dao ni. Não? Tudo bem, não quer ouvir, tudo bem. É que decorei, tinha de decorar, não é?, senão não passava de ano. Escola de adulto, sim, é claro que era escola de adulto. Mas o método é de criança, né? O senhor sabe que há uma grande escassez de material didático no Brasil pra quem ensina chinês? Ainda. Incrível, também acho. [...]
A) O comportamento do protagonista não é adequado à situação de interrogatório a que ele está sendo submetido. Dê um exemplo disso.
B) Embora seja um monólogo, o texto sugere a presença de um interlocutor. Como faz isso?
C) De que modo a linguagem empregada reforça à sugestão de que se trata de uma interação oral?
D) Você já leu alguma cena de interrogatório ou viu sua representação em novelas, filmes ou espetáculos teatrais? Considerando essa experiência, responda: por que essa forma de representação do interrogatório é inovadora?
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Bom basta que o vendedor passa hj a tarde e ultimamente o movimento tá muito bem ,este é um exemplo
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